Alunos de comunidade rural, sem energia elétrica, recebem apostilas para estudar em casa - Portal Valor Amazônico
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Alunos de comunidade rural, sem energia elétrica, recebem apostilas para estudar em casa

Em meio à pandemia, prefeitura de Manaus entrega atividades a alunos da escola Raimunda Brasil, na comunidade Santa Isabel, no rio Negro, zona rural de Manaus.

Para manter o cronograma do conteúdo escolar estabelecido aos alunos da educação básica durante a pandemia provocada pelo novo coronavírus, a Prefeitura de Manaus realiza a entrega de apostilas a alunos da escola municipal Raimunda Brasil, localizada na comunidade Santa Isabel, no rio Negro, zona rural de Manaus.

As atividades são entregues a cada 15 dias e foram desenvolvidas pelos professores da Secretaria Municipal de Educação (Semed), para atender os alunos da comunidade que não tem acesso ao projeto “Aula em Casa” pela internet e nem pela TV, por falta de energia elétrica. A apostila contém o conteúdo programático da grade curricular da rede municipal de ensino, de acordo com a série de cada criança.

“Ver a educação superar distâncias geográficas e dificuldade técnicas nestes tempos de pandemia soa como um alento. Nossos alunos estão tendo, da nossa parte, e me refiro a toda equipe da Semed, a atenção necessária para que os conteúdos não deixem de chegar aos futuros cidadãos, seja pelo ‘Aula em Casa’ ou por iniciativas como essa, que mostram que não há barreiras para o conhecimento”, destacou o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto.

A unidade de ensino atende, atualmente, 72 alunos, entre educação infantil, ensino fundamental no Bloco Pedagógico (1º ao 5º ano), Classe Itinerante (6º ao 9º) e Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Com as apostilas prontas, são encaminhas para o e-mail da professora Helane Amaral, que mora no município de Novo Airão, a 195 quilômetros da capital, e fica mais próximo da escola. A docente assumiu a responsabilidade de entregar na casa de cada aluno o material. Para a docente, que atende alunos do 4º e 5º anos, o ato é um compromisso com a educação das crianças, que não podem ser prejudicados por não ter acesso à internet e TV.

“Para mim, não importa a distância que o aluno mora da escola, eu assumi o compromisso de entregar o material. Eles precisam receber o conteúdo e essa é a única forma que eles têm de continuar estudando, já que na comunidade não tem energia elétrica. Na escola, eu monto todo o material e imprimo tudo. Quando todas as apostilas estão prontas, eu vou entregá-las primeiro na comunidade da escola e depois nas mais distantes”, explicou Helane.

A secretária de Educação, Kátia Schweickardt, agradeceu a dedicação de todo o corpo docente da Semed, que neste período de pandemia devido ao novo coronavírus, estão se reinventado para continuar a missão de educar.
“Nesse momento tão difícil, onde estamos enfrentando esse inimigo invisível, muitas pessoas e principalmente o nosso corpo docente como professores e assessores pedagógicos, gestores das nossas escolas, estão dando uma resposta muito efetiva como uma possibilidade de mostrar para as pessoas a parceria com o poder público, principalmente na educação.

Agradeço muito o que a professora Helane e toda a equipe da escola Raimunda Brasil estão fazendo pelos alunos daquela comunidade, isso é compromisso com o fluxo da educação e mais ainda, é uma forma de mostrar para esses alunos o quanto são importantes”, parabenizou a secretária.

Correção

As atividades são corrigidas quando os alunos recebem o novo material, desta forma os professores identificam onde está a dificuldade de cada um e podem elaborar atividades com reforço.

De acordo com o gestor da unidade, Mauro Marques, a maior preocupação era não perder o contato com as crianças, já que a maioria dos alunos não possui aparelho celular. Ele explicou ainda que todos os professores acompanham o “Aula em Casa” e repassam os conteúdos nas apostilas, com os conteúdos programáticos da Semed.

“Os professores assistem a aula no lugar no aluno e criam as apostilas junto com os conteúdos programáticos da Semed. No início, fazíamos semanalmente e depois decidimos que seria a cada 15 dias e assim estamos fazendo, para que as crianças não fiquem esse período todo sem estudar”, completou o gestor.

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