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Weintraub terá que dar explicações no Senado sobre ofensas feitas em reunião ministerial.

Ao votar favorável a convocação do ministro, o senador pelo Amazonas, Eduardo Braga, líder do MDB, disse que o Senado Federal precisa começar a colocar limites no Executivo

“É hora de o Senado da República dar um recado claro ao Executivo de que é preciso haver limites e que esses limites estão previstos na Constituição e nos fundamentos e princípios gerais da democracia”. A declaração, em tom duro, foi feita pelo líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), ao anunciar o voto favorável à convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub.

De acordo com requerimento aprovado nesta segunda-feira (25/5), o ministro vai ter que explicar em sessão virtual da Casa as ofensas proferidas na reunião ministerial do dia 22 de abril, quando qualificou Brasília como “cancro de corrupção e privilégio” e defendeu a prisão dos “vagabundos” do Supremo Tribunal Federal.

O requerimento foi apresentado pela senadora Rose de Freitas (Podemos-ES). A data ainda será definida.

Eduardo Braga criticou o nível galopante de manifestações contra as liberdades individuais, os direitos coletivos e as instituições democráticas. Segundo ele, essas declarações, por parte não apenas do ministro da Educação, mas de vários outros ministros e do próprio presidente da República, vêm fomentando posições antidemocráticas no país. O parlamentar observou que a independência entre os poderes pressupõe, necessariamente, harmonia e respeito.

Jair Bolsonaro

Atendendo a uma solicitação do líder do governo, Fernando Bezerra, o senador Eduardo afirmou que aceitaria que apenas o ministro da Educação, “que sequer foi eleito, sequer tem representatividade”, fosse convocado para dar explicações sobre as declarações desrespeitosas feitas na reunião ministerial. Mas ressaltou que, caso continue a haver manifestações contra a democracia por parte do governo, outros ministros e até o presidente Jair Bolsonaro devem ser chamados a dar explicações.

Segundo o parlamentar do Amazonas, “a democracia não pode ser insultada nem o povo brasileiro pode ser achincalhado pelos que estão no poder”.

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