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Manaus discute projeto de uso de plantas medicinais e de fitoterápicos na rede pública de saúde

Projeto de Assistência Farmacêutica em Plantas Medicinais e Fitoterápicos, do Ministério da Saúde tem a finalidade de ampliar as opções terapêuticas aos usuários da capital amazonense

O projeto de Implantação do Laboratório Farmácia Viva da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) foi apresentado, nesta quarta-feira (29/5) durante a 5ª Assembleia Geral Ordinária do Conselho Municipal de Saúde (CMS/Manaus), realizada no auditório do Complexo de Saúde Oeste, bairro da Paz, zona Oeste.

Ação do Ministério da Saúde, o “Farmácia Viva” tem como objetivo a expansão, na rede pública, do uso de plantas medicinais e de fitoterápicos, oferecendo opções terapêuticas para a população, incentivando a pesquisa e fortalecendo as práticas populares e tradicionais.

O presidente do CMS/Manaus, Elson Melo, explicou que, além de elaborar políticas públicas de saúde do município, o colegiado do CMS tem a função de deliberar sobre as ações da Prefeitura de Manaus, que são encaminhadas por meio da Semsa.

“Acredito que o projeto ‘Farmácia Viva’ tem extrema importância considerando que a questão da biodiversidade na nossa região é um fator preponderante. Dentro da concepção da melhoria da qualidade de vida da população, a aprovação do projeto pelo colegiado é ponto pacífico e é fundamental deliberar de forma urgente”, afirmou Elson Melo.

A apresentação foi realizada pela chefe do Núcleo do “Farmácia Viva” da Semsa, Mie Muroya Guimarães, que explicou que o projeto corresponde a atividades que vão desde o cultivo de plantas medicinais até a dispensação de fitoterápicos nas Unidades de Saúde.

De acordo com a gerente, o estágio atual do projeto inclui o processo de estruturação do Laboratório do “Farmácia Viva”, que conta com 435 metros quadrados e está localizado no bairro Coroado (zona Leste), e o convênio com a Escola Agrícola Rainha dos Apóstolos e com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

 “A Escola Agrícola vai ser responsável na atividade de cultivo e beneficiamento das plantas medicinais. Com a Ufam, a Semsa tem uma parceria para a implantação do laboratório do ‘Farmácia Viva’, que já está em fase final de estruturação para inauguração, onde será feita a preparação das formulações a partir das plantas medicinais”, informou Mie Guimarães.

Projeto

 Em 2016, o Ministério da Saúde realizou a capacitação preparatória com edital e processo seletivo dirigido à região Norte, no qual a Semsa Manaus foi selecionada com o Projeto de Assistência Farmacêutica em Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que tinha a finalidade de ampliar as opções terapêuticas aos usuários de Manaus.

“Em 2022, a Semsa institucionalizou o Núcleo da Farmácia Viva como forma de mostrar compromisso da gestão para que a fitoterapia, com produção local, se torne realidade no município”, destacou Mie Guimarães.

Atualmente, a rede municipal conta com quatro tipos de fitoterápicos industrializados (xarope de guaco, espinheira santa, isoflavona e unha de gato) que são comprados pela Semsa para dispensação nas Unidades de Saúde.  Para o projeto do laboratório, a intenção é a produção de cápsulas e sachês para chás a partir de plantas como a Justicia pectoralis (anador), que tem ação terapêutica no tratamento de gripes e resfriados; Cymbopogon citratus (capim-santo), com ação antiespasmódica e ansiolítico leve; e Zingiber officinale (gengibre), que combate enjoos.

O conselheiro e subsecretário de Gestão da Saúde da Semsa, médico Djalma Coelho, apontou que, pelo convênio com a Ufam, o laboratório será também um ambiente utilizado como centro de formação para os profissionais de nível superior de Farmácia e Bioquímica.

“A produção dos medicamentos será feita de forma gradual com plantas que já apresentam evidências e estudos científicos sobre sua utilização. Hoje, muitos medicamentos, com exceção dos que são totalmente sintéticos, são produzidos com a utilização de substâncias da flora e da fauna. Existe, por exemplo, um tipo de anticoagulante que é produzido a partir do veneno de cobra. Com a Amazônia sendo rica em biodiversidade, o projeto ‘Farmácia Viva’ é mais um passo de muitos outros que vão ser dados para que possamos, com responsabilidade, explorar as atividades bioquímicas e farmacológicas que essas plantas possuem”, afirmou Djalma Coelho.

Inicialmente, a partir do início da produção no Laboratório do “Farmácia Viva”, a dispensação dos fitoterápicos vai ocorrer em cinco Unidades de Saúde de referência: Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Benjamin Matias, nas Clínicas da Família Carmen Nicolau e Fábio Couto, na UBS Parque das Tribos e na Unidade de Saúde Rural Ephigênio Sales.

Fotos – Divulgação/Semsa

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