MANAUSMEIO AMBIENTE

Cremação pet avança em Manaus, mas descarte cruel de animais mortos ainda contamina igarapés

Prefeitura oferece remoção e cremação gratuitas de animais domésticos, mas corpos ainda são encontrados nas ecobarreiras; ato representa risco à saúde pública e agride o meio ambiente

A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), vem ampliando o serviço de cremação gratuita de animais domésticos, que inclui a remoção do corpo e a cremação, ambos sem qualquer custo para o cidadão. Apenas nos primeiros quatro meses de 2025, foram realizadas 5.414 cremações: 1.002 em janeiro, o mesmo número em fevereiro, 1.096 em março e 1.314 em abril. O serviço reforça o compromisso da administração municipal com o cuidado animal, o meio ambiente e a saúde pública.

Apesar da estrutura oferecida pela Prefeitura, ainda são frequentes os casos de descarte indevido de animais mortos em lixeiras irregulares, terrenos baldios e até em igarapés. Na última sexta-feira (2/5), durante a limpeza da ecobarreira instalada no igarapé da Avenida do Samba, a equipe da Semulsp encontrou os corpos em decomposição de dois cachorros e dois gatos. A cena causou indignação e alerta.

“É revoltante. Um cachorro ou um gato não é um saco de lixo. São vidas que fizeram parte da nossa história. Eu mesma tive uma cadela por quase 17 anos. Ela cresceu junto com meus filhos, depois com meus netos. Quando ela morreu, fiz questão de cremá-la. Guardo as cinzas dela em casa, num lugar especial. Saber que tem gente jogando animal morto em igarapé, tendo o crematório PET disponível, é de partir o coração e de virar o estômago”, desabafa a aposentada Maria Lúcia Oliveira, moradora da rua Loris Cordovil, bairro Alvorada, zona Oeste de Manaus.

Além da agressão emocional e ambiental, o descarte incorreto compromete a saúde coletiva. Os igarapés da capital já sofrem com toneladas de lixo urbano descartado de forma inadequada. A presença de corpos de animais acelera a contaminação das águas, atrai vetores de doenças e ameaça o equilíbrio dos ecossistemas.

Para o secretário da Semulsp, Sabá Reis, o serviço gratuito é uma política pública sensível e necessária, determinada pelo prefeito David Almeida.

“O prefeito David Almeida nos orientou a oferecer esse serviço com dignidade e responsabilidade. É gratuito, tanto a remoção quanto a cremação, e feito com total respeito. A família pode guardar as cinzas numa urna especial ou até em uma joia de lembrança. É um gesto de amor. Mas ver um animal que conviveu com uma família ser jogado num igarapé é cruel. Isso fere a cidade, fere a natureza e fere a memória afetiva daquele animal”, destacou o secretário.

A solicitação do serviço pode ser feita facilmente por WhatsApp, pelos números (92) 99164-3555 ou (92) 98842-1203. Após o contato, a equipe do crematório PET se dirige ao local para realizar a remoção e, em seguida, a cremação é feita em estrutura especializada, sem custos para o tutor.

Sabá Reis reforça que, respeitar a morte de um animal de estimação é um ato de amor e de cidadania. Em vez de agredir o meio ambiente e a saúde pública, o cidadão tem hoje a opção de garantir um fim digno e responsável ao seu pet.

Fotos: Divulgação

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