COLUNAS

TURISMO STAYCATION COMEÇA A DAR AS CARAS

Não é novidade pra ninguém que o Turismo sofreu e ainda está sofrendo com a pandemia do Coronavírus.  O impacto desastroso do vírus deixou a indústria da Paz, da Alegria e dos Negócios, em descontrole total.

Mas, como nada é para sempre, alguns destinos mundiais que estão se libertando do COVID-19  começam a dar os primeiros passos para retomar um novo momento para os apaixonados em viagem e lazer.

Países como a China, Dinamarca, Holanda e outros começam a ensaiar o turismo Staycation, que é um período onde o turista viaja com a sua família, no seu próprio veículo, cuja viagem pode ser dentro da própria cidade ou em cidades próximas, na maioria não sendo necessário o pernoite.

As reservas domésticas já começam a apresentar novos índices na China, com um número esmagador de chineses e de pessoas de outros países que moram naquele país. Isso é a confirmação do que eu comentei no meu artigo passado. O Turismo Doméstico será a saída para a retomada da indústria turística, em todo o mundo.

No Brasil, o Staycation (o famoso bate-volta) pode ser uma saída. Ainda é cedo para que isso possa acontecer legalmente, embora muita gente já esteja fazendo em regiões que tem acesso por estradas.

É bom que se diga que esse movimento de curta distância e de curta duração de fluxo no Brasil funcionará bem nas regiões que são ligadas por carreteiras, pois facilitam o acesso do visitante em cidades com atrativos e gastronomia diferenciada, como é o caso das cidades do Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Sul do país. No Norte, em especial no Amazonas, as oportunidades são poucas. O amazonense só tem a opção de viajar de carro, no bate-volta, para 05 municípios da Região Metropolitana, porém essas cidades ainda apresentam um cenário comprometedor com o alto índice de contaminação pelo COVID-19. Então, é manter a calma e aguardar a ordem de comando.     

Existe uma expectativa de que, pós- pandemia, o cenário do medo não mudará muito. As pessoas ainda estarão receosas em viajar de avião e fazer deslocamentos de média e longa distâncias.

Alguns comentam que o Turismo Doméstico é dividir a miséria. Eu não entendo dessa maneira visto que as pessoas ao se deslocarem de uma cidade para  outra gastando com hospedagem, alimentação, artesanato, transfer, etc, colaboram com uma melhor distribuição de renda contribuindo para a diminuição de desigualdades sociais do país. O dinheiro do turista circula num ciclo virtuoso e chega até nas mãos do vendedor ambulante, por exemplo.

Por outro lado, sou defensora do Turismo Internacional também. Ele é valioso para um país e isso nem se discute, pois contribui com a entrada de divisas e, consequentemente, com o PIB nacional. Se levarmos em consideração o atual cenário do Brasil para o mundo, com o dólar na cotação que se encontra ( US$ 1,00 = R$ 5,00), o destino está barato. Porém, com a pandemia, ninguém se arrisca a fazer viagens longas. Mas, é preciso manter-se alerta com as ferramentas de marketing e de sedução publicitária em dia, porque à medida que a pandemia for diminuindo, o mundo travel começará a se mexer e quem estiver preparado sairá na frente.

Enquanto isso não acontece, o que deve ser feito é redirecionar os esforços e os recursos para impulsionar o turismo doméstico, regional e intra-regional.

Então, minha gente, tão logo nossos interiores estejam livres do COVID-19, pegue a sua família, visite as cidades mais próximas e aproveite para saborear um bom café regional, tomar um delicioso banho de cachoeira pra tirar a poeira do mal e degustar um delicioso tambaqui assado ou uma caldeirada de bodó. Contribua com a distribuição de renda e com a diminuição das desigualdades sociais no nosso Amazonas.

Essa é a Força do Turismo!

Viva a Vida!    

Oreni Braga
Mestre em Gestão e Auditoria Ambiental e Especialista em Ecoturismo, Planejamento e Gestão de Parques e Design de Ecolodges

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