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Se ainda não conhece os Haters leia este texto!

Por Antonio Siemsen Munhoz

Algum tempo atrás eram denominadas como misantropos. Sim, aqueles que odeiam e descontam sua aversão ao gênero e à natureza humana. O avanço da tecnologia foi, para eles um prato cheio.

Conhecendo um hater 

Eles receberam uma designação especial: os haters. São os misantropos do presente e do futuro com potente armas de distorcer informações. Recebem munições diuturnamente em quantidade cada vez maior. Você já viu um deles por aí? Se não viu a única coisa que pode se dizer sobre eles é que têm caras de haters: a coisa mais parecida com um covarde que você pode encontrar na rede.   

Quem são os haters? 

Alguém que está presente na rede escondido atrás da multidão, pela qual passa despercebido. A atualidade trouxe a atenção das pessoas para um destes neologismos. Surge no horizonte do Brasil, não a liberdade de expressão, mas um dos muitos cadeados que impedem sua manifestação: quem a promove são os haters. Em português castiço este neologismo quer dizer: aqueles que odeiam, ou para ser um pouco mais neológico, os odiadores.   

Quando eles surgiram? 

Foi há muito tempo. Quem sabe lá pela época do nascimento das cortes. Lugares nos quais era bom ser amigo do rei. Para os amigos do rei tudo.  Eles evoluíram com as tecnologias. Cada nova tecnologia, uma nova forma de odiar. A internet chegou. Ela chegou com honras e glórias, tida como o maior fenômeno de comunicação em um mundo, vasto mundo, no qual muitos Raimundos (tais os quais citados por Drummond no poema sete faces[i])  ainda buscam a rima ideal, aquela que represente uma solução para o estado de coisas viciadas vigentes em nosso país. Ainda bem que eles existem e que mais vastos são seus corações, do que a vontade que dá de chutar o balde. Estes elementos, os tais haters têm uma diversão preferida, invadir as páginas virtuais de outras pessoas que sejam personalidades ou que via sua ação acabam por se tornar uma delas. 

O que eles representam? 

Representam um grupo social distorcido em atitudes e comportamentos politicamente incorretos que têm algo em comum: odeiam a tudo e a todos e, tem cara de haters. Ela ainda não chegou a ser criada e recriada por nenhum amante do fotoshop da vida, daqueles que transformam hediondez em beleza. O que eles fazem não está de acordo com as tradições e os bons costumes, eles se mostram como árduos defensores das causas relativas a estas questões e o pior é que muitas pessoas acreditam neles. 

A descoberta de um bom caminho 

Felizmente, para os haters, a internet chegou para eliminar a possibilidade que se tornassem um lugar comum. Um deles, após uma péssima noite de pesadelos inventou a mentira sobre a mentira e outra mentira sobre esta, seguindo uma trilha na qual, a informação original estaria totalmente perdida em poucos passos. O que é pior é que causavam o maior dano possível àqueles que eram alvos da coisa toda. Para eles, mudar o que estava aí, como um contexto de péssimas condições de vida, nem pensar. Como todas as minorias os haters buscavam o poder. Ele era necessário para dar as condições necessárias para descarregar de forma ainda mais forte, todo o seu ódio pelas demais pessoas. 

O que de ruim eles podem fazer? 

Além de causarem problemas a si próprios tais elementos eles podem atacar instituições escolares como caminho para o tráfego de seu ódio expresso na forma de bullying, o que já não é pouco. Mas eles ainda podem fazer mais, podem pregar ideologias novas, tentando destruir aquelas que nos mantiveram altaneiros até o momento: doutrinações; ideologias de gênero; luta contra todo e qualquer tipo de cota. Quem é contra está fazendo mimimi ou exibindo um vitimismo fora de questão e lugar.  Outra característica deste grupo social é a capacidade de parecerem aquilo que não são. Assim torna-se mais fácil a sua entrada em diferentes grupos sociais. Ele aplicam em sua totalidade a dialética erística[ii] e conseguem passar por pessoas e cidadãos de bem. Eles nunca refutam nada. Quando confrontados buscam partes de vidro no telhado do pretenso agressor, jogam a pedra e logo se transformam em mero observadores, um exercício de mimetismo perfeito.

O uso do calão é comum e frequente. A FAKE News são a sua praia. As redes sociais ainda não descobriram um vacina contra eles. O pessoal acha que é preciso alimentá-los para que sirvam como a nuvem de fumaça. Foi o que fez, por exemplo, o presidente de uma certa republiqueta localizada ao leste do meridiano de Greenwich, cortado ao norte pelo paralelo do equador, ao ameaçar quebrar os dentes de um repórter enxerido. As redes sociais são o quintal de sua casa e ao mesmo tempo o seu bunker real ou imaginário. Jamais contrarie o que um hater afirmar, geralmente eles se tornam especialistas em tecnologias e podem acessar seus endereços ciosamente guardados. Se ouvir uma risada ao fundo da sala é porque alguém citou o direito ao contraditório, provavelmente um ministro do poder judiciário, que tem mania de utilizar esta frase como outro tipo de nuvem de fumaça. Quer arriscar a ter um inimigo gratuito: chame seu hater de burro e prepare-se para o que vier no futuro imediato. Eles se julgam as pessoas mais inteligentes do mundo.


[i] https://www.letras.mus.br/carlos-drummond-de-andrade/460830/

[ii] https://pt.wikipedia.org/wiki/Dial%C3%A9tica_Er%C3%ADstica

Antonio Siemsen Munhoz é Doutor em Engenharia de Produção, Bacharel em Engenharia Civil, Especialista em Tecnologias Educacionais, Pós-graduado em Gestão Eletrônica de Documentos, com MBA em Design Thinking


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