Crescimento global ganha fôlego com revisão positiva do FMI
Organismo internacional eleva projeção do PIB mundial para 3% em 2025 após impactos menores das tarifas comerciais dos EUA
O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2025, passando de 2,8% para 3%. O relatório divulgado nesta terça-feira destaca que as tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos tiveram efeitos menos severos do que o inicialmente previsto sobre o comércio internacional e a atividade econômica global.
Segundo o FMI, a economia mundial tem mostrado maior resiliência frente às tensões comerciais, impulsionada pelo bom desempenho de setores industriais e de serviços em diversas regiões, além da recuperação gradual dos investimentos em mercados emergentes. O documento aponta ainda que políticas monetárias mais flexíveis em algumas economias desenvolvidas contribuíram para conter riscos de desaceleração mais acentuada.
Comércio e consumo sustentam a recuperação
Apesar das tarifas impostas por Washington sobre produtos estrangeiros, especialmente da União Europeia e da China, os fluxos comerciais não sofreram a retração drástica que se temia no início de 2025. A demanda interna robusta em países como Estados Unidos, Índia e Brasil, somada à expansão do setor de serviços, tem ajudado a manter a confiança do mercado e o ritmo de crescimento.
O relatório ressalta que, embora os impactos tenham sido mitigados, as tarifas continuam sendo um fator de incerteza para as cadeias globais de produção. “As tensões comerciais seguem relevantes, mas a capacidade de adaptação das empresas e a diversificação de mercados ajudaram a amortecer os efeitos negativos”, afirma o FMI.
Desafios e riscos permanecem no horizonte
Apesar da revisão otimista, o Fundo alerta que riscos persistem, como novas rodadas de tarifas, volatilidade nos preços de commodities e pressões inflacionárias em algumas economias emergentes. Questões geopolíticas e climáticas também podem influenciar o desempenho econômico global no médio prazo.
Para 2026, a projeção preliminar do FMI aponta um crescimento de 3,1%, condicionado ao arrefecimento das tensões comerciais e à manutenção de políticas econômicas voltadas à estabilidade fiscal e monetária.
Impactos para o Brasil e a Amazônia
No cenário brasileiro, a revisão positiva do PIB global pode favorecer as exportações de produtos primários e manufaturados, impactando setores da Zona Franca de Manaus e da bioeconomia amazônica, cada vez mais estratégicos no comércio internacional. A expectativa é de que a maior demanda externa contribua para o fortalecimento da balança comercial e para novos investimentos na região, especialmente em cadeias produtivas sustentáveis.