DESTAQUEREGIÃO AMAZÔNICA

Ibama autoriza captura sustentável de mais de 6 mil pirarucus em Tonantins

A medida integra o Programa Arapaima, lançado em fevereiro, que busca equilibrar conservação do pirarucu e geração de renda para comunidades ribeirinhas da região amazônica

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizou a captura sustentável de 6.154 exemplares de pirarucu no município de Tonantins, no Alto Solimões, interior do Amazonas. A medida faz parte do Programa Arapaima, criado em fevereiro deste ano, voltado à conservação da espécie e à proteção dos ecossistemas de várzea, conciliando preservação ambiental e desenvolvimento econômico local.

Segundo o órgão, a autorização foi concedida após a avaliação de planos de manejo comunitários que comprovaram a viabilidade da pesca sustentável, respeitando os limites populacionais da espécie e garantindo a reprodução natural. O pirarucu (Arapaima gigas) é considerado um dos maiores peixes de água doce do mundo e, por décadas, sofreu forte pressão de pesca predatória.

Programa Arapaima: conservação e inclusão social

O Programa Arapaima foi instituído pelo Ibama com a missão de fortalecer o modelo de manejo sustentável que vem sendo implementado em diversas regiões da Amazônia. A iniciativa não apenas protege o pirarucu como também assegura renda para centenas de famílias ribeirinhas que dependem do recurso pesqueiro.

Em Tonantins, o trabalho envolve associações comunitárias de pescadores que atuam sob rígido monitoramento técnico. Os peixes capturados são destinados à comercialização legalizada, gerando receita e promovendo o protagonismo das comunidades tradicionais na gestão de seus territórios.

Espécie símbolo da Amazônia

O pirarucu é considerado um ícone cultural e ambiental da Amazônia. Sua carne valorizada, o couro e até as escamas têm importância econômica. No entanto, a exploração desenfreada no passado levou a espécie à beira da extinção em algumas regiões.

A partir da adoção do manejo sustentável, que prevê a contagem anual dos peixes e cotas de captura definidas por critérios técnicos, o pirarucu se tornou exemplo de como a gestão comunitária pode recuperar populações naturais e garantir conservação a longo prazo.

Impacto econômico e ambiental

De acordo com o Ibama, a liberação de mais de 6 mil pirarucus em Tonantins representa não apenas a valorização de práticas sustentáveis, mas também um incentivo para que outras comunidades da região ampliem a adesão ao programa. A expectativa é que a comercialização gere milhões em movimentação econômica local, ao mesmo tempo em que reforça o compromisso do Brasil com a conservação dos recursos pesqueiros amazônicos.

Para especialistas, a medida simboliza um passo importante na consolidação do manejo sustentável como política pública efetiva de preservação da biodiversidade amazônica, especialmente em áreas de várzea, ecossistemas que concentram grande parte da produção pesqueira da região.

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