DESTAQUEMEIO AMBIENTE

Vazante avança, mas rios seguem exigindo atenção na Amazônia

Boletins hidrológicos apontam descida gradual do Rio Negro e de outros afluentes, mas níveis ainda permanecem elevados para o período

O processo de vazante dos rios amazônicos já está em curso, segundo os boletins mais recentes do Serviço Geológico do Brasil (SGB) e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amazonas (Sema). Apesar da tendência de descida, os níveis ainda permanecem dentro da normalidade para o início de setembro, exigindo atenção de gestores públicos e comunidades ribeirinhas.

Em Manaus, o Rio Negro apresentou queda média de 3 centímetros por dia na última semana, segundo a estação fluviométrica da capital. Nos municípios de São Gabriel da Cachoeira e Tapuruquara (Santa Isabel do Rio Negro), a redução diária chegou a 13 e 14 centímetros, respectivamente. Já em Barcelos, a vazante também se confirmou, com cotas em declínio.

Monitoramento constante

De acordo com o SGB, o comportamento hidrológico observado até agora está dentro do esperado para esta época do ano. A exceção é o Rio Branco (RR), que ainda apresenta elevação, destoando da tendência geral da bacia.

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) reforça que o acompanhamento diário é indispensável para antecipar possíveis crises de estiagem ou cheias. O órgão coordena, junto ao SGB, a Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), que reúne centenas de estações responsáveis pela coleta e atualização de dados sobre os principais rios amazônicos.

Impactos para comunidades

A descida dos rios tem reflexos imediatos na vida de comunidades tradicionais e ribeirinhas. A redução do nível da água afeta a navegação, o transporte de alimentos e combustível, além de influenciar diretamente a pesca e a segurança alimentar de milhares de famílias.

Municípios que sofreram com a seca severa de 2023 reforçam a necessidade de planejamento para enfrentar eventuais extremos. A Sema-AM alerta que o acompanhamento contínuo das cotas deve orientar tanto a logística dos governos municipais quanto as ações emergenciais de defesa civil.

Situação segue sob controle

Embora não haja risco imediato de crise hídrica, especialistas destacam que os efeitos das mudanças climáticas têm alterado o regime natural das águas, tornando as transições entre cheias e vazantes mais imprevisíveis. O alerta, portanto, é de cautela e vigilância.

O boletim hidrológico mais recente, de 3 de setembro, reforça que a vazante deve se intensificar nos próximos meses, atingindo cotas mínimas entre outubro e novembro, período em que a atenção precisa ser redobrada.

Da Redação, com informações do Boletim Hidrometeorológico do Amazonas (Sema-AM), Serviço Geológico do Brasil (SGB) e Agência Nacional de Águas (ANA).

Fotos: EBC

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