REGIÃO AMAZÔNICA

Manaus recebe encontro para ampliar acesso à água potável na Amazônia

Programa Sanear Amazônia já beneficia mais de três mil famílias e debate soluções diante da desigualdade no acesso à água tratada na região

A cidade de Manaus sedia, nos dias 11 e 12 de setembro, o encontro “Diálogo Amazônico Sanear-Cisternas: Água Segura e Inclusão Social e Produtiva nas Comunidades Tradicionais da Amazônia”, que reunirá mais de 50 representantes da Região Norte para discutir estratégias de ampliação do acesso à água potável em comunidades rurais, extrativistas e aldeias indígenas. O evento acontece no Novotel Manaus, no Distrito Industrial, das 8h30 às 17h30.

A iniciativa faz parte do Programa Sanear Amazônia, coordenado pelo Memorial Chico Mendes, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e entidades executoras do Programa Cisternas. A proposta é garantir soluções de abastecimento para populações que ainda sofrem com a escassez hídrica e vivem em áreas onde a rede de água encanada não chega.

A realidade do abastecimento na Amazônia

Apesar de abrigar a maior bacia hidrográfica do planeta, a Amazônia apresenta um dos maiores déficits de acesso à água tratada no Brasil. Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS 2023) mostram que, enquanto a média nacional de atendimento com abastecimento de água tratada alcança 84% da população, no Amazonas o índice não passa de 62%, sendo ainda mais crítico em municípios do interior, onde muitas comunidades dependem de poços rasos, igarapés ou até da chuva para o consumo diário.

O Sanear Amazônia surge como resposta a esse desafio. Até o momento, o programa já alcançou mais de três mil famílias em diversos municípios, oferecendo tecnologias sociais de fácil aplicação, como sistemas de captação e tratamento de água da chuva e pequenas estações de filtragem adaptadas à realidade das comunidades tradicionais.

Diálogo e soluções coletivas

O encontro em Manaus reunirá lideranças comunitárias, técnicos e beneficiários vindos do Amazonas, Rondônia, Pará, Acre e Amapá. Além de debater os impactos do programa, os participantes compartilharão experiências sobre a implantação das cisternas, o uso sustentável da água e os efeitos positivos para a saúde, a segurança alimentar e a produção extrativista.

Segundo os organizadores, o diálogo busca fortalecer a inclusão social e produtiva dessas populações, garantindo que o acesso à água seja visto como direito humano fundamental e ferramenta de desenvolvimento local.

Água como pilar de cidadania

Para o Memorial Chico Mendes, coordenador da iniciativa, o encontro em Manaus reforça que a gestão comunitária da água pode ser chave para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas e reduzir as desigualdades na Amazônia. A proposta é que as experiências do Sanear Amazônia inspirem novas políticas públicas, capazes de levar infraestrutura de abastecimento e saneamento às comunidades mais isoladas.

O programa também dialoga com compromissos globais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, em especial o ODS 6, que prevê “assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos” até 2030.

📌 Mais informações sobre o programa Sanear Amazônia podem ser acessadas em: memorialchicomendes.org.br/projetos

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