Antonio Siemsen MunhozCOLUNASTECNOLOGIA & INOVAÇÃO

Mantenha os pés no chão e a cabeça na computação em nuvem

Por Antonio Siemsen Munhoz

Em tempos pretéritos se dizia que quem estava meio desligado, aéreo, com dificuldade de manter a atenção concentrada, estava com a cabeça nas nuvens. Tempos bicudos chegaram e perplexos observarmos que quem está com a cabeça nas nuvens são os superconectados.

Uai o que é este trem que chamam computação em nuvem?

Vamos pegar carona no dialeto mineiro por excelência e dizer: se você ainda não sabe que o vocábulo identifica, vamos lá uai. Esta metodologia identifica uma estratégia resultante da diminuição do custo das comunicações, ao processamento de grande volume de dados que dificultam a manutenção e segurança, além orientar no sentido da compra sucessiva de novos elementos de hardware. Para a empresa, representa o Nirvana da libertação de toda uma série de procedimentos interdepartamentais que são os grandes causadores de agitação e defesa de território. Os mais doutos na área sabem que ela representa, também, a chegada da web 3.0, já deixada e alguma esquina e substituída pela 4.0 e pela 5.0 que leva a máquina a compreender o elemento humano sendo considerada o reino da comunicação WIFI. Será nela que a IoT – Internet das Coisas deve progredir. 

A estratégia por detrás do pano

A computação em nuvem é, então, uma estratégia que se refere à utilização da memória e das capacidades de desenvolvimento de serviços, que são acessados a partir de qualquer ponto, on-demand, Just-in-time e que trazem muita economia para as empresas ainda que traga, em contrapartida alguns problemas de segurança que ainda fazem com que algumas empresas hesitem em utilizar estes serviços[i].

O ela pode conter?

Dados em grandes espaços e oferecer serviços (softwares) que não mais precisam ser comprados pelas empresas, que os utilizam de acordo com suas necessidades. O bom mineirinho diria que a coisa toda pode considerada como um grande sistema operacional disponível na internet. Ele pode ser acessado a partir de qualquer computador, em qualquer lugar, desde que haja uma interligação com a grande rede. O uso deste modelo permite o desenvolvimento de programas, serviços e arquivos de forma remota. O sistema é único e independente de plataforma (sistema operacional e hardware). O computador do usuário se torna como se fosse um “chip” ligado na grande rede. Para que o usuário desenvolva os serviços que deseja são necessários apenas dispositivos de entrada e saída tradicionais.

Que serviços ela oferece?

São diferentes tipos[ii] que descreveremos brevemente: 1) IaaS – Infraestructure as a service, onde o usuário utiliza pequena parte de um servidor, em uma configuração adequada às suas necessidades; 2) PaaS – Plataform as a service, onde o usuário compra plataformas montadas em grandes bancos de dados para armazenamento de seus dados e processamentos diversos; 3) DevaaS – Development as a service, onde as ferramentas de desenvolvimento não precisam ser compradas e estão disponíveis na grande rede. É talvez a área que está recebendo maior impulso na atualidade onde não poucas empresas colocam na grande rede seus serviços; 4) SaaS – Software as a service, onde um programa ou sistema é colocado na nuvem e fica disponível para as empresas. Muitas atividades de outsourcing devem ser substituídas por esta forma de trabalho na nuvem; 5) CaaS – Communication as a service, onde a infraestrutura de comunicação utilizada pela empresa está na grande rede e as pessoas se comunicam de onde estiverem com quem desejarem, sem importar onde eles estejam; 6) EaaS – Everything as a service, onde tudo o que uma empresa utiliza está na grande nuvem. É uma das formas em evolução e que logo poderá fazer com que dependendo de seu tipo de negócio, uma empresa possa prescindir de uma equipe de TI, seus gestores poderão acessar os sistemas de informação diretamente na rede; 7) Big Data vista de forma isolada e que pode ser colocada na categoria IaaS. Os trabalhos são classificados em: Provisionamento dinâmico de recursos sob demanda com mínimo esforço; Uso de utility computing onde somente se cobra pelo que é utilizado; Oferta de uma visão única de sistemas de informação; Distribuição geográfica dos recursos de forma transparente para os usuários. Tudo isto se encontra dividido em estruturas: nuvens privadas construídas por empresas. O acesso somente é permitido com login e senha; nuvens públicas onde o acesso pode ser livre, como comum, ou ainda exigirem a informação de login e senha; nuvens comunitárias onde há o compartilhamento dos serviços por diversas empresas; nuvens híbridas onde parte da rede é individual e protegida e parte da rede é livre. A cereja do bolo está na possibilidade de execução de softwares sem que eles estejam instalados nos computadores dos usuários que os utilizam.

Nem tudo são flores no reino das nuvens dinamarquesas

Os problemas no horizonte são: manutenção de acesso deve ser privilegiado para todos os usuários, para evitar quebra de segurança; cada empresa é responsável por seus próprios dados; os usuarios de dados não sabem onde eles estão o que dificulta o controle do acesso a eles e a verificação de eventuais quebras de segurança; auditabilidade e garantia de estabilidade do fornecedor. Uai era isso que você precisava conhecer para saber trabalhar com a computação em nuvem.


[i] NETO, M. V. S. Computação em nuvem. São Paulo: Brasport, 2015.

[ii] CHEE, J. S. B. & JUNIOR, C. F. Computação em nuvem (cloud computing) tecnologias e estratégias. São Paulo: M. Books, 2012.

Antonio Siemsen Munhoz é Doutor em Engenharia de Produção, Bacharel em Engenharia Civil, Especialista em Tecnologias Educacionais, Pós-graduado em Gestão Eletrônica de Documentos, com MBA em Design Thinking


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