Antonio Siemsen MunhozCOLUNAS

Tecnologias vestíveis: Será que isto existe mesmo?

por Antônio Siemsen Munhoz

Alguns resmungam e olham para o lado, com olhares cheios de desconfiança parecendo preparados para dar no pé, a qualquer investida em sua direção. Mais uma nova tecnologia? Nos resta conhecê-la para evitar surpresas no futuro imediato.

O que é este trem?

Se você não é mineiro e não conhece o mineirês saiba que eles chamam de trem a qualquer coisa. Se ouvir dizer que dois trens passaram pela rua principal, isto pode representar que por ali tenha circulado qualquer coisa que tenha significado de elemento móvel e não necessariamente trens, como os compreendemos na língua culta. Isto ocorre, de forma geral, quando bate aquele branco e o nome de algum objeto não é lembrado. Esta é a definição para o termo, conforme utilizada por Itaumary Teles, em opinião colocada em seu blog pessoal[1]. Há locais onde a tecnologia vestível (wearable technologies, no original) é também chamada como tecnologia usável e ainda há os que preferem o termo normal: wearable technologies considerado como algo com maior impacto comunicacional.

Quais seus elementos componentes?

Para começar a despertar o interesse do leitor é preciso assinalar que, nos dias atuais, ela é considerada como um dos setores avançados da área da tecnologia da informação e comunicação digital. É a primeira tecnologia a superar a evolução dos dispositivos móveis e que enxerga, em um horizonte ainda distante, a telemedicina chegando e avançando sobre as tecnologias de antesdionte[2]. Os captadores de aptidão básica (pressão e batimento cardíacos, injeção de remédios controlados, todos os elementos inteligentes seguem neste caminho). Os relógios inteligentes causam boa impressão. As camisetas com controle de temperatura, fones de realidade virtual, são outras novidades que chamam a vontade de ter um igual para poder chamar de seu. A cada passo novidades no reino da Dinamarca que impressionam por seu chamado e apelo tecnológico. O apelo dos fones de ouvido inteligentes cria uma nova categoria que recebe designação especial (hearables) que se estendem de uma orelha à outra, trazendo entretenimento e educação para todos. Os fones de ouvido inteligentes assumem um lugar de destaque.

O uso de sensores inteligentes

Dentre todos os elementos citados anteriormente a geração dos sensores inteligentes se coloca em destaque. Eles estão voltados para diversas funções que passam a dar maior transparência e confiabilidade à telemedicina, por exemplo. Tais sensores inteligentes podem seguir uma trilha biométrica, liberando ou travando acesso a muitos outros trens. A tecnologia bluetooth segue par e passo e permite interligar por proximidade diferentes elementos e enviar com acesso a satélites dados pessoais em um sem número de situações. A nossa definição inicial sobre as wearable technologies permite eliminar o bololô[3] entre uma diversidade de definições que circulam sobre mais este dispositivo tecnológico. A conectividade wi-fi também interfere de forma direta e o 5G aparece como o topo de um iceberg que tem em sua forma final, capacidades inimagináveis sobre o uso da tecnologia, como tecnologia vestível, nome que acaba perdendo significação frente ao elevado número de funções e atividades que pode executar.

Como esta parafernália eletrônica é utilizada?

Em sua utilização elas apareceram como estranhos breguetes[4] interligados e em contato direto com nosso corpo. Evoluiu a tecnologia? Junto evoluíram os sensores. Todas as partes do corpo eram utilizadas. Como algo que passa a ser sustentado por um referencial teórico, as tecnologias vestíveis ganham uma taxonomia e podemos assinalar aquelas que já estão em utilização:

  • Relógios inteligentes, desenvolvendo diferentes funções (estude a evolução dos fitbits, para coleta e utilização de dados fornecidos pelos sensores;
  • Captadores e analisadores de aptidões controlam as calorias que trazem quilinhos a mais evitando a proliferação dos gordinhos e gordinhas;
  • Captadores de dados para uso esportivo, analisando corrida de bicicleta, natação, jogos os mais diversos;
  • Elementos associados à dispositivos GPS – Global Positioning System;
  • Dispositivos que permitem acesso diversificado à RV – Realidade Virtual e RA – Realidade aumentada, que permitem simulações bem próximas da realidade, trazidas para dentro das salas de aula;
  • Pulseiras secundam o uso dos relógios com as mesmas funções;
  • Roupas com controle de temperatura, por exemplo, surgem no mercado e reagem às condições climáticas locais;
  • Uso de looks emagrecedores, que via controle de temperatura pode regular dados físicos favoráveis à manutenção da saúde.

Ainda existe toda uma diversidade de utilizações que devem criar novos itens na taxonomia atualmente crescente e com poucos componentes. O mineiro assustado olha para os lados e trata de picar a mula[5] antes que alguma destas tecnologias descubra e aplique uma traulitada[6]. Disfarçadamente ele ajusta seu earbud, os fones de ouvido sem fio, sem saber que eles são componentes e tidos como uma tecnologia vestível das mais utilizadas.


Antonio Siemsen Munhoz é Doutor em Engenharia de Produção, Bacharel em Engenharia Civil, Especialista em Tecnologias Educacionais, Pós-graduado em Gestão Eletrônica de Documentos, com MBA em Design Thinking


[1] https://blogdoteles.wordpress.com/

[2] Termo utilizado para referenciar algo superado de antes de ontem, outro componente do rico mineirês, que pode parecer estranho para alguns.

[3] confusão

[4] Sinônimo de trem, verbete que aos poucos está ganhando novos componentes transformando-se em uma categoria.

[5] Ir embora

[6] Golpe muito forte

Pular para o conteúdo