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Tecnocracia: Existe o termo? Qual nível de preocupação temos que ter com ele?

por Antônio Siemsen Munhoz

A tecnocracia existe já faz muito tempo, e insiste em continuar marcando uma presença crescente, infelizmente indesejada. Ele nasceu no momento exato em que a tecnologia foi criada. Hoje elas andam juntas de mãos dadas pelas alamedas do virtual. Dando suas ordens de forma a nunca serem contrariadas.

Onde está a tecnologia

O termo tecnologia já é da casa. É como aquele irmão mais novo, chato e que devemos conhecer senão, certamente acabaremos virando objetivo de um dos tipos de atitudes politicamente incorretas que ele desenvolve: o cyberbullying que você já deve saber o que é. Ele assalta os ST – Sem Tecnologia e de forma pesada. Os ataques são muitos. De um grande número de pessoas que acessam a grande rede, poucos sabem sobre como efetuar suas atividades de navegação, tema que logo estaremos tratando junto ao leitor, devido sua importância.

O que é a tecnocracia?

Você precisa saber o que quer dizer tecnocracia e, vamos fazer isto por aproximação. Se a judiada democracia quer dizer – governo pelo povo – a  palavra tecnocracia quer dizer governo pelas tecnologias. Este é um contexto no qual somos atingidos. Quem está com a batuta na mão é o maestro tecnologia. Ele é muito tendencioso. Na localidade onde se apresenta, traz junto consigo a neutralidade é uma coisa que sequer pode ser pensada, menos ainda enunciada. Se por si só a tecnologia nada faz, sempre haverá alguma pessoa disposta a fazer o mal com a sua utilização. A chegada das redes aumentou a presença da mal falada tecnocracia. Com o correr do tempo surgiu a rede e trouxe junto a ciberdemocracia, que ocorre com o domínio das tecnologias no ambiente digital, na cibercultura. Ela ainda tem muita resistência em sua aceitação devido ao afastamento de muitas pessoas de suas zonas de conforto pessoais ou profissionais. Mas todas as tentativas não são mais uma atividade de remar contra a maré. A tentativa resulta em uma fragorosa derrota. O surgimento da tecnocracia em qualquer ambiente traz junto consigo toda uma bagagem de politicagem, que acaba virando uma religião, um time de futebol pelo qual torcer. Assim, a reunião dos termos crença (religião), preferência futebolística e política, reacende no ambiente como coisas que não devem ser discutidas. Era e ainda é o que as pessoas mais velhas diziam e devem continuar a afirmar, cada vez com maior ênfase. Se durante a descrição que fizemos até agora da tecnocracia, ela despertou algum sentimento de aproximação com a tecnocracia, por favor, avise o escritor deste texto. O que queremos fazer é exatamente o contrário. A tecnocracia traz todo o mal possível dentro de si e também não tem nenhuma tendência a desenvolver uma ação neutra. Falamos, falamos e não reiteramos o conceito de tecnocracia. Ela é o governo por meio do uso do ferramental tecnológico.

Visões apocalípticas

Estamos em um nível de transparência em que tudo pode ser conhecido.  A grande estrada da comunicação prevista por Bill Gates[1] hoje se divide. Ela deve continuar sua lida e faina diária até sabe-se lá qual lugar vai atingir. A comunicação nunca foi tão aberta como nos níveis atuais. Sabemos até de muitas coisas que não deveríamos saber e que rolam perdidas pelos corredores dos meandros da grande rede. Quem sabe seria melhor estarmos longe do mundo das FAKE NEWS, que permite que candidatos políticos, que nada tem a mostrar se tornem estadistas. Quando a tecnologia encontra estas pessoas, dispostas a fazer de sua utilização um potente instrumento de reforço do poder que algumas pessoas (poucas) exercem sobre outras pessoas (muitas), a ideologia ganha destaque e é o momento certo para que você abra os olhos e veja toda fealdade de um governo tecnocrático. A ficção científica é buscada como refúgio para muitos, como única maneira de entender tudo o que está acontecendo, em um mundo no qual Drummond[2] certamente não teria sua verve colocada à disposição do gáudio de muitas pessoas. Assim enfrentamos uma democracia de muletas, como é aquela na qual que vivemos, dominados por um poder tecnológico que não para de crescer e deixar as mentes pensantes deste país profundamente preocupadas e que justificam alertas como estes que está sendo deixado para você e para aquelas pessoas que você gosta a ponto de buscar afastar muitas delas dos esforços para capacitação técnica, voltada para a criação da geração conectada e que traz para os senhores a luta pelo mito da produtividade total, como busca da felicidade humana. É neste ponto que está o risco do endeusamento da necessidade da tecnologia como instrumento sem o qual a felicidade humana não conseguirá ser completa. Algumas pessoas lembram do que Arthur C. Clark[3] queria dizer quando criou com apoio da inteligência artificial: a criação do mundo do futuro como o mundo do império das máquinas. O amor por Hal9000 é algo que deve ser colocado junto com todos os outros sentimentos sem sentido, na caixa de Pandora que neste momento deve ganhar um reforço e de peso e impacto, para evitar que as pessoas sejam sujeitas a este contexto em suas vidas pessoais e profissionais.


Antonio Siemsen Munhoz é Doutor em Engenharia de Produção, Bacharel em Engenharia Civil, Especialista em Tecnologias Educacionais, Pós-graduado em Gestão Eletrônica de Documentos, com MBA em Design Thinking

[1] Criador do sistema operacional Windows e da Microsoft, uma das empresas mais ricas do mundo.

[2] Carlos Drummond de Andrade, grande poeta brasileiro.

[3] Cineasta que dirigiu o filme 2001 – Uma odisseia no espaço.

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