Em rodas de conversa, escola estadual trabalha temas socioculturais e emocionais com alunos do ensino médio
Debate, realizado durante o intervalo do recreio, gira em torno do tema ‘Multiculturalismo: o processo de mestiçagem na sociedade brasileira numa perspectiva histórica e contemporânea’
Uma vez por semana, durante o intervalo do recreio, alunos e professores da Escola Estadual Senador Manuel Severiano Nunes, zona centro-oeste de Manaus, participam de rodas de conversa para compartilhar emoções, experiências pessoais e interesses profissionais. Está semana, o debate girou em torno do tema ‘Multiculturalismo: o processo de mestiçagem na sociedade brasileira numa perspectiva histórica e contemporânea’, em que os estudantes foram desafiados a dialogar sobre as diferenças culturais entre eles.
As rodas de conversa reúnem alunos de todas as turmas do Ensino Médio, uma vez por semana, para discutir assuntos da atualidade por meio de dinâmicas pedagógicas. A iniciativa é conduzida pelas professoras de Artes, Débora Gimaque, e de Língua Portuguesa, Gheisa Brasil.
A professora Gheisa ressaltou que o projeto contribui para o desenvolvimento da empatia no convívio social dos alunos e no processo de ensino-aprendizagem em sala de aula.
“Quando eu trabalho o respeito aqui na roda de conversa, eles [os alunos] vão levar [esse sentimento] para a sala de aula. Lá é bem diversificada a individualidade”, disse a professora.

A professora considera, ainda, que o projeto proporciona uma formação humanizada e faz renascer o respeito e a solidariedade entre os alunos. “A base da roda de conversa é o amor, onde um pode resgatar o amor pelo seu próximo. Hoje, as pessoas estão mais se amando e deixando de amar o próximo, de estender a mão, de servir, de ajudar, de colaborar, de ser empático e ser solidário”, disse Gheisa.
Momento de escuta
O projeto trabalha o acolhimento entre alunos de todas as turmas. As dinâmicas pedagógicas consistem em ações simbólicas, como distribuição de cartas com mensagens reflexivas e jogos de perguntas e respostas sobre a personalidade de cada participante. São atividades que permitem a interação entre os estudantes e o tema proposto. Para a aluna Daylla Ticyane da Silva Castro, 15, o encontro proporciona um momento de escuta.

“A gente usa muito essa parte do emocional, do falar como a gente se sente, da gente se expressar, a gente tem dinâmicas, então também tem essa parte da socialização”, ressaltou Daylla.
Já a aluna Anna Karoliny Ferreira, 15, aproveita os momentos de conversa para compartilhar ideias relacionadas ao futuro. “Muitas das vezes quando chegamos a essa idade são essas as dúvidas que nos cercam, sobre quem nós somos, o que nós vamos fazer, o que nós vamos querer ter no futuro. São esses momentos em que eu paro e eu começo a refletir sobre o que eu espero para minha vida daqui a quem sabe, cinco anos”, disse Anna.
Fotos: Eduardo Cavalcante