DESTAQUEMEIO AMBIENTE

Expedição científica no Rio Negro monitora qualidade da água em meio à seca histórica

Universidade do Estado do Amazonas mobiliza pesquisadores em missão pioneira para avaliar a qualidade da água e fortalecer a preservação ambiental na Amazônia

Diante de uma das secas mais severas da história do Amazonas, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) lançou uma expedição científica no Rio Negro para monitorar a qualidade da água e estudar os efeitos desse fenômeno ambiental sem precedentes. A iniciativa, que integra o Programa de Monitoramento de Água, Ar e Solos (ProQAS), representa um esforço conjunto de cientistas, alunos e tripulantes que partem de Manaus para investigar de perto o impacto da seca em um dos maiores rios do mundo.

Equipados com tecnologia avançada, como quatro laboratórios móveis, os pesquisadores embarcaram no barco “Roberto Santos Vieira” em 28 de setembro de 2024, com destino à cidade de Santa Isabel do Rio Negro. Essa estrutura laboratorial permite análises imediatas de amostras, um diferencial que evita a degradação dos dados e garante precisão nas conclusões.

“Ao monitorar o Rio Negro em um momento tão crítico, estamos não apenas reunindo dados históricos, mas também criando um modelo de pesquisa que pode auxiliar em futuras crises ambientais”, comenta o professor Sergio Duvoisin Junior, coordenador do ProQAS. Com uma extensa experiência em monitoramento ambiental, o professor e sua equipe buscam entender como a seca atual impacta a biodiversidade aquática, a qualidade da água e o equilíbrio ecológico do rio.

Segundo o reitor da UEA, André Zogahib, os resultados obtidos serão fundamentais para guiar as ações futuras em prol da preservação do ecossistema amazônico. “A Amazônia enfrenta hoje uma crise hídrica sem precedentes, e precisamos de dados sólidos para informar as políticas de conservação ambiental. O que estamos construindo com esta expedição vai além da ciência: é uma base para decisões que podem salvar ecossistemas inteiros”, afirma Zogahib.

A expedição também destaca a importância da ciência local e do envolvimento da comunidade acadêmica do Amazonas. Para muitos alunos e pesquisadores, esta é uma oportunidade única de aplicar seus conhecimentos em campo, enfrentando os desafios reais da região amazônica. “Essa experiência nos dá não apenas a chance de aprender, mas também de contribuir ativamente para a nossa comunidade e para o meio ambiente”, diz um dos alunos da equipe.

Impacto a longo prazo

Os dados coletados pela equipe ao longo da expedição fornecerão um panorama detalhado da situação atual do Rio Negro. A coleta abrange parâmetros como níveis de oxigênio, pH, presença de metais pesados e outros indicadores essenciais para a saúde do rio. Esse levantamento ajudará a identificar alterações que possam estar diretamente relacionadas à crise climática e fornecerá uma base científica para futuras ações de mitigação e preservação.

A expedição Rio Negro da UEA não é apenas uma resposta imediata à seca, mas também um exemplo de como a ciência e a pesquisa acadêmica podem oferecer respostas concretas e informadas às questões ambientais. Em um momento em que a Amazônia enfrenta crescentes ameaças, essa missão científica reforça a necessidade de estudos contínuos e de políticas públicas voltadas para a proteção desse ecossistema vital.

Assim, enquanto a equipe navega pelas águas do Rio Negro, a UEA reitera seu compromisso com a preservação da Amazônia, um esforço que se estende para além dos laboratórios e que se reflete em um propósito maior: garantir que as gerações futuras possam conhecer e proteger essa rica biodiversidade.

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