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Manaus reduz em 88% os casos de hepatite A com a ampliação do saneamento básico

Expansão do sistema de esgotamento sanitário melhora indicadores de saúde e reduz doenças de veiculação hídrica na capital amazonense

O avanço da infraestrutura de saneamento básico em Manaus tem impactado positivamente na saúde da população. Entre 2018 e 2024, os casos de hepatite A reduziram 88%, segundo dados da Fundação de Vigilância em Saúde Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP). A queda expressiva coincide com a ampliação do sistema de abastecimento de água e esgotamento sanitário, beneficiando milhares de moradores da capital.

O impacto do saneamento também é evidente na redução dos índices de diarreia. Em janeiro de 2025, os casos caíram 46% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em 2024, foram registrados 14 mil casos; em 2025, esse número caiu para 7,5 mil. O comparativo entre os anos de 2023 e 2024 também aponta uma queda de 10% nos casos da doença.

A relação entre saneamento e saúde

A falta de acesso ao saneamento básico favorece a proliferação de doenças, alerta o diretor de Vigilância Ambiental da FVS-RCP, Elder Figueira. “A ausência de água tratada e o descarte inadequado de esgoto potencializam o surgimento de doenças como diarreias agudas. Além disso, ambientes sem infraestrutura adequada facilitam a proliferação de vetores como moscas, mosquitos e roedores, que também transmitem doenças”, explica.

Para os moradores que passaram a contar com o serviço, as mudanças são visíveis. Yone Araújo, professora aposentada e residente do loteamento Campo Dourado, na zona Norte de Manaus, relata a diferença. “Durante 29 anos, usei uma fossa porque não havia outra opção. Com a chegada do sistema de esgoto, fiz logo a interligação porque sei os benefícios desse serviço. Agora, o esgoto será tratado antes de ser devolvido para a natureza, e minha família não correrá mais riscos de doenças”, afirma.

Além da saúde, a expansão do saneamento também impacta a economia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cada R$ 1 investido em saneamento gera uma economia de R$ 4 em gastos com saúde pública.

Investimentos para a universalização do esgoto

Com a meta de atingir 90% de cobertura de esgoto em menos de dez anos, a concessionária Águas de Manaus está ampliando a infraestrutura sanitária da cidade. O Programa Trata Bem Manaus prevê a instalação de 2,7 milhões de metros de redes coletoras e a ampliação de 70 Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) espalhadas pelas zonas da capital.

“Quando falamos em saneamento, falamos em qualidade de vida. Os dados mostram que Manaus evolui com a expansão do saneamento, sobretudo no sistema de esgotamento sanitário. Projetamos a universalização do esgoto em menos de dez anos, reduzindo ainda mais os casos de doenças de veiculação hídrica e melhorando a qualidade de vida da população”, afirma Pedro Augusto Freitas, diretor-presidente da Águas de Manaus.

As obras já estão em andamento, com a construção de novas redes e ampliação das ETEs. Uma das principais obras em execução é a construção de uma Estacão de Tratamento de Esgoto no bairro da Raiz, prevista para ser concluída ainda no primeiro semestre deste ano. A estrutura beneficiará mais de 50 mil pessoas nas zonas Sul e Leste da cidade, reforçando o compromisso com a saúde e o meio ambiente.

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