MEIO AMBIENTESEGURANÇA

Força Nacional mobilizada para combater crimes ambientais no Amazonas

Portaria federal autoriza atuação planejada no estado com foco na proteção da fauna, flora e populações tradicionais

O Ministério da Justiça e Segurança Pública publicou nesta quinta-feira (11/9) uma portaria que autoriza o envio da Força Nacional de Segurança Pública ao Amazonas, em caráter episódico e planejado, para combater crimes ambientais, transnacionais e conexos, como o tráfico de fauna e flora e as invasões de terras indígenas. Manaus será uma das bases logísticas da operação.

A decisão foi motivada por relatórios recentes sobre avanço de desmatamento ilegal, garimpo e exploração madeireira clandestina. A presença federal deve reforçar as ações de comando e controle, historicamente limitadas por dificuldades logísticas, baixa presença de órgãos ambientais e grande extensão de áreas de floresta densa.

Operação de curto prazo, desafios de longo prazo

Especialistas apontam que operações desse tipo costumam trazer resultados imediatos, mas têm efeito limitado se não houver continuidade. O sucesso dependerá de articulação com órgãos estaduais, municípios e lideranças comunitárias, para garantir cooperação local e reduzir o risco de conflitos com populações tradicionais e produtores rurais.

Outro desafio é o custo elevado e a sustentabilidade das ações. Cada operação da Força Nacional pode custar até R$ 1 milhão por mês e exige efetivo treinado para atuar em ambiente de floresta e rios. Ainda não foi divulgado o número de agentes que virão ao estado.

Dados para o leitor

Entre 2021 e 2024, a Força Nacional atuou 5 vezes no Amazonas, sobretudo em áreas de fronteira.

O Amazonas perdeu mais de 800 km² de floresta em 2024, segundo o Imazon.

As áreas mais vulneráveis são o sul do estado (Amacro), as terras indígenas Yanomami, Tenharim e Apurinã.

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