Lula reforça soberania e pede cooperação global na ONU
Presidente condena sanções unilaterais, defende independência das instituições e convoca comunidade internacional para agir contra a crise climática
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu, nesta terça-feira (23/9), a 80ª Assembleia Geral da ONU com um discurso de forte conteúdo político e simbólico. Lula reafirmou que a democracia e a soberania do Brasil são “inegociáveis”, condenou sanções unilaterais, defendeu a independência das instituições nacionais e destacou o papel da Amazônia na luta global contra as mudanças climáticas.
Soberania e críticas a sanções
Sem citar nomes, o presidente classificou como “arbitrárias” as sanções impostas de forma unilateral por países contra nações em desenvolvimento. Ressaltou que o Brasil não aceitará interferências externas em sua política interna, incluindo tentativas de pressionar ou deslegitimar decisões de seus tribunais.
“O Brasil respeita o devido processo legal. Ataques à independência das nossas instituições são ataques à própria democracia”, afirmou Lula.
Meio ambiente e COP30
No campo ambiental, Lula reforçou o compromisso brasileiro com a preservação da Amazônia e a transição ecológica, convocando os países a intensificar a cooperação internacional. Ele ressaltou a importância da COP30, que será realizada em Belém em 2026, como marco para uma agenda climática mais justa e inclusiva.
“O planeta não pode mais esperar. Precisamos de um multilateralismo forte para enfrentar a emergência climática.”
Diplomacia ativa
Além do discurso de abertura, Lula aproveitou a viagem para encontros bilaterais, incluindo reunião com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e líderes internacionais. O objetivo, segundo o Itamaraty, é reposicionar o Brasil como voz ativa nas negociações multilaterais, em especial nas reformas do Conselho de Segurança e na defesa de maior representatividade para países em desenvolvimento.
Repercussão e análise
Especialistas em política externa avaliam que o discurso foi um movimento claro de reposicionamento do Brasil no cenário internacional, combinando defesa da soberania nacional com apelo à cooperação global.
Organismos de direitos humanos viram na fala um recado de respaldo à independência do Judiciário.
Ambientalistas destacaram positivamente a ênfase na COP30, mas alertaram que as promessas só terão peso com ações concretas e orçamento adequado.
Analistas de relações internacionais apontaram que Lula buscou equilíbrio: firmeza contra pressões externas, mas abertura para parcerias estratégicas.
Da redação, com informação das agencias de notícias