DESTAQUEREGIÃO AMAZÔNICA

Povos da floresta ocupam Belém com a força de Chico Mendes

Espaço Chico Mendes e Fundação Banco do Brasil dão voz às comunidades tradicionais na Conferência do Clima, com debates, feiras e encontros pela justiça ambiental.

O legado de Chico Mendes ganhará nova força na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém (PA), com a criação do “Espaço Chico Mendes e Fundação Banco do Brasil”, iniciativa que promete se tornar a casa dos povos e comunidades tradicionais do Brasil durante o maior evento climático do planeta.

De 7 a 21 de novembro, das 9h às 18h, o Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi receberá uma programação intensa que une memória, cultura, economia da floresta e justiça socioambiental, reafirmando o protagonismo das comunidades extrativistas nos debates globais sobre o clima.

Com entrada gratuita, o espaço contará com exposições, painéis, feiras e encontros temáticos, além de apresentações culturais e um Armazém da Sociobiodiversidade, que reunirá produtos e negócios sustentáveis da floresta. A proposta é honrar o legado de Chico Mendes e fortalecer as ações dos povos extrativistas e tradicionais de todos os biomas brasileiros.

Sociobiodiversidade e resistência amazônica

O espaço simboliza a continuidade da luta iniciada por Chico Mendes, seringueiro acreano assassinado em 1988, cuja história inspira movimentos por preservação ambiental, justiça climática e direitos territoriais.

Entre as atrações, o público encontrará as exposições “Chico Mendes, Herói do Brasil” e “Memoráveis Margaridas”, que celebram a trajetória de líderes e movimentos que moldaram a agenda socioambiental brasileira.

A programação inclui ainda o Balcão de Negócios, voltado à articulação entre comunidades tradicionais e investidores interessados em modelos de bioeconomia inclusiva e sustentável.

Mulheres, juventudes e territórios em movimento

Durante o evento, serão lançados o Plano Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT) e realizados encontros estratégicos, como o Encontro Nacional das Mulheres Extrativistas, o Encontro das Mulheres Indígenas da ANMIGA (Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade) e o Encontro de Juventudes da Floresta.

Esses momentos reforçam a centralidade das mulheres, dos jovens e das populações tradicionais na construção de uma nova agenda de desenvolvimento — mais justa, diversa e ambientalmente equilibrada.

“O legado de Chico Mendes é um convite à coragem coletiva. É tempo de unir os povos da floresta, das águas e dos campos em defesa da vida e da esperança”, destaca a coordenação do Comitê Chico Mendes.

Agenda socioambiental pela justiça climática

Entre os temas que integram a programação estão:

Financiamento para povos e comunidades tradicionais, com foco em acesso direto a fundos comunitários;

Juventudes das Águas e das Florestas, discutindo caminhos para a justiça climática;

Movimento de Atingidos por Barragens e Vozes dos Familiares de Mortos e Desaparecidos do Campo;

Raízes Resistentes: Mulheres Afrodescendentes pela Justiça Climática e Biodiversidade.

Mais do que um evento, o Espaço Chico Mendes e Fundação Banco do Brasil será um território de escuta, articulação e construção coletiva, onde experiências populares se unem à ciência e à política em defesa da vida.

Um legado vivo na Conferência do Clima

A presença do nome de Chico Mendes na COP 30 é uma afirmação simbólica e política. É a lembrança de que a luta pela floresta é, antes de tudo, a luta pelos povos que nela vivem.

O espaço homenageia o passado, impulsiona o presente e projeta o futuro de uma Amazônia que se recusa a ser silenciada.

Mais informações estão disponíveis em www.espacochicomendes.org

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