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Amazonas tem o maior sistema de coleta de leite humano da região Norte

Somente no primeiro semestre deste ano, os bancos de leite das maternidades públicas estaduais Ana Braga, Azilda Marreiro e Balbina Mestrinho arrecadaram mais 1,1 mil litros

O Amazonas possui a maior rede de Bancos de Leite Humano (BLH) da região Norte, com 26 bancos e postos de coleta, na capital e interior, conforme o levantamento da Rede Nacional de Bancos de Leite Humano (RBLH), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O BLH da Secretaria de Estado de Saúde (Susam) atende crianças prematuras de unidades de saúde públicas e privadas do estado.

Somente no primeiro semestre deste ano, os BLH das maternidades Ana Braga, Azilda Marreiro e Balbina Mestrinho arrecadaram mais 1,1 mil litros. Após a coleta, o leite é analisado em laboratório, passa pelo processo de pasteurização e controle da qualidade.

“O leite cru dura, em média, 15 dias, e após a pasteurização chega a durar seis meses. O processo é realizado para retirar microorganismos de doenças que possam estar presentes”, esclareceu a coordenadora do BLH do Amazonas, Elizabeth.

A coordenadora estadual de Saúde da Criança, Rhamilly Amud, destaca que é realizado um trabalho de captação de doadoras ainda nas maternidades estaduais. “A mulher que entra na maternidade, é feita uma palestra com ela e, a partir disso, a gente consegue captar doadora. A gente precisa incentivar a doação de leite humano”, explicou.

Quem pode doar?

As mães que são saudáveis e que têm excesso de leite podem se cadastrar em um dos bancos de leite para ser doadora. “A doação de leite humano é vida, e nossos prematuros das maternidades precisam desse leite”, afirmou Rhamilly.

As mulheres que se cadastram passam por exames e avaliação antes de se tornarem doadoras efetivas de leite materno. A doadora passa por um médico e depois recebe orientação dos bancos de leite sobre como doar, como extrair o leite. Para a coleta do leite, os BLHs fazem uma rota diária para a busca das doações.

Doadoras

A autônoma Jonara Alfaia Garcia, 30, começou a doar há nove meses para o BLH da maternidade Azilda Marreiro, quando seu terceiro filho completou seis meses. “Eu via na maternidade que muitas mães não conseguiam amamentar seus filhos e havia pouca demanda de leite humano. Quando eu fiz a introdução alimentar no meu filho, resolvi doar o que ele não estava mamando”, contou.

A autônoma ressalta que é incentivadora e multiplicadora da ideia da doação de leite. “Eu incentivei a minha vizinha, também achei uma moça no Facebook, e sempre quando eu vejo que tem alguém que amamenta, sempre pergunto se ela quer ser doadora, se ela pode doar”, comentou. Para Jonara, o maior benefício em ser doadora é o reconhecimento de auxiliar mães e bebês que precisam.

Já a médica pediatra Laís Sato se tornou doadora do BLH da maternidade Ana Braga após a filha completar um mês. “Mantenho a rotina de extrações normalmente e armazeno em frascos esterilizados que o banco de leite disponibiliza semanalmente. Funciona de uma forma bem simples e prática. Eu ordenho na bomba elétrica, armazeno nos frascos e congelo, e o motorista do banco busca o leite na minha casa”, relatou.

Por ter a experiência de acompanhar como profissional a importância da doação, Laís afirma que seria “um sonho” se mais mães disponibilizassem o leite humano. “Como pediatra, eu vi e vivi de perto a importância do banco de leite e da doação de leite para os pequenos guerreiros das UTIs neonatais, me sinto privilegiada e honrada por poder contribuir com a luta desses bebês e de suas mães”, declarou.

Fotos: Rodrigo Santos/Susam e Divulgação

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