DESTAQUEMEIO AMBIENTE

Fórum de mudanças climáticas começa a trabalhar na implantação do projeto de reposição hídrica no Amazonas

Projeto permitirá que o governo estadual institua o Pagamento por Serviços Ambientais, uma   estratégia para fomentar mercados de ativos da natureza, a partir da valoração dos serviços ambientais

O projeto de reposição hídrica do Amazonas é o ponto de partida do governo estadual para regulamentação do Programa de Conservação dos Serviços Hídricos no Amazonas, instituído pela Lei de Serviços Ambientais do Amazonas (nº 4.266/2015), que permitirá a remuneração por ações e projetos que promovam a conservação dos recursos hídricos do estado. Um grupo de trabalho foi criado no âmbito do Fórum Amazonense de Mudanças Climáticas, com a missão de construir o arcabouço legal para sua regulamentação.

O grupo de trabalho terá até o dia 21 de fevereiro de 2021, quando ocorrerá a próxima reunião do fórum, para buscar informações sociais sobre a temática, por meio de oficinas participativas, para somar ao desenvolvimento da minuta de decreto visando a regulamentação do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) hídrico.

O secretário do Meio Ambiente, Eduardo Taveira, que preside do Fórum, explica que o pagamento por serviços ambientais é uma estratégia do governo do Amazonas para fomentar mercados de ativos da natureza, a partir da valoração dos serviços ambientais e ecossistêmicos oferecidos por ela, fomentando o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida dos povos da floresta.

“O programa parte da compreensão de que há diversas formas pelas quais podemos ter benefícios decorrentes da água e de que, a partir da avaliação do seu valor econômico, esse recurso passa a ser um bem do Amazonas que tem seu benefício medido, podendo fomentar mercados para financiamento da conservação, compensando financeiramente quem cuida desse patrimônio lá na ponta, que são os povos tradicionais, as populações ribeirinhas e indígenas”, explica o titular da Sema.

Grupo de Trabalho que vai tratar sobre a regulamentação do projeto de reposição hídrica do Amazonas

Durante a reunião do Fórum, realizada na última quarta-feira (25/11), foi apresentado ao colegiado o estudo de “Estratégia para a Construção do Arcabouço Técnico e Jurídico para a Reposição Hídrica na Amazônia”. Sua elaboração tem como base a análise de valoração econômica de recursos hídricos, considerando o contexto local, os atributos físicos, a disponibilidade de recursos, oferta e demanda de água na região.

“A construção de um consenso técnico-científico para a valoração da água, enquanto um serviço ambiental, é uma ferramenta determinante para o Amazonas avançar no desenho de um sistema de PSA hídrico eficiente, relacionado, principalmente, aos custos de evitar a perda dos benefícios gerados pela água e aos incentivos de atividades que promovam em sua essência a conservação desse recurso”, afirma o chefe do Departamento de Gestão Ambiental e Territorial (Degat) da Sema, Francisco Itamar.

Fases de execução

O projeto de Reposição Hídrica no Amazonas possui dois componentes. O primeiro contempla a elaboração de estudos técnicos para a construção do Programa de PSA hídrico do estado, além da descrição das metodologias para a implementação desse sistema. 

Atualmente, o Amazonas encontra-se na fase de implementação do componente dois, que tem o objetivo de construir o arcabouço legal do Programa, por meio de estudos técnicos, jurídicos e consultas aos colegiados atuantes na temática ambiental. Instituições de pesquisa também devem ser envolvidas no processo, executado por meio de consultoria contratada.

Fotos: Jamile Alves e Ricardo Oliveira/Sema

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