SAÚDE

América do Sul é primeiro continente livre de tabaco em lugares públicos

Paraguai foi o último de 12 países do continente a aderir à Convenção-Quadro da OMS para o Controle do tabaco, destaca cardiologista Aristóteles Alencar.

O governo do Paraguai aprovou um decreto proibindo o fumo em espaços públicos fechados, áreas externas lotadas e locais de trabalho em todo o país, somando-se à Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela, que já haviam adotado medida semelhante, entrando na Convenção Quadro para Controle do Tabaco.

“Essa inciativa do Paraguai vem em boa hora, pois esse país produz grande quantidade de cigarros irregulares, que são contrabandeados para o Brasil”, destacou o coordenador do Programa Estadual de Controle do Tabagismo da Fundação Centro de Oncologia do Amazonas (Fcecon), cardiologista Aristóteles Alencar.

O Brasil, segundo ele, foi um dos países que mais contribuiu para a implantação e implementação da Convenção Quadro, que foi a primeira iniciativa, em nível mundial, para tratar do controle do tabaco.

A Convenção Quadro para Controle do Tabaco (CQCT/OMS) é o primeiro tratado internacional de saúde pública da história da Organização Mundial da Saúde (OMS) e representa um instrumento de resposta dos 192 países membros da Assembleia Mundial da Saúde à crescente epidemia do tabagismo em todo mundo.

Dados do Ministério da Saúde do Paraguai revelam que a cada ano, 3 mil pessoas morrem no país devido a doenças associadas ao produto. Além disso, a pandemia de Covid-19 demonstrou as consequências do uso do tabaco na saúde, agravando os casos.

Mortes

Principal causa evitável de morte no mundo, com cerca de 8 milhões de mortes por ano, o tabaco está relacionado ainda a mais de 40% dos óbitos relacionados a doenças pulmonares como câncer enfermidades respiratórias crônicas e tuberculose.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), cerca de 3,3 milhões de consumidores e pessoas expostas ao fumo passivo morreram de doenças pulmonares em 2017.

Outro dado mostra que o fumo passivo tira a vida de mais de 60 mil crianças com menos de cinco anos. Aquelas que vivem até a idade adulta são mais propensas a desenvolver doença pulmonar obstrutiva crônica em períodos posteriores do seu desenvolvimento.

Mercado

Aristóteles explica que Paraguai já vem perdendo muito dinheiro por conta do mercado ilícito de cigarros, além do sistema de saúde estar sobrecarregado. “Eles assinaram o protocolo de enfrentamento do mercado ilícito em julho 2019 no Rio”, destacou o médico, que é pioneiro no Amazonas na luta antitabagismo.

Não há como trabalhar todas essas questões sem avançar nas questões da Convenção Quadro também, exemplifica o médico, citando o desafio do mercado no combate às outras drogas e as ações do programa de prevenção da OEA, do qual o Brasil é signatário.

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