MEIO AMBIENTE

Senado promove audiência pública para debater poluição causada por plástico descartável

Lixo acumulado nas praias ou na superfície representa apenas 1% do plástico total que é despejado nos oceanos. Rios de água doce também sofrem com a poluição. Em Manaus, somente neste ano, mais de 1 mil toneladas de lixo já foram retiradas das águas do Rio Negro e de igarapés

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado tem reunião na segunda-feira (21/6), às 14h30, para debater a poluição por plástico descartável e seus impactos. A audiência pública faz parte das atividades da campanha Junho Verde 2021.

Foram convidados para o debate Denise Hamú, representante do programa da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente; Marcelo Montenegro, autor do Atlas do Plástico e coordenador da Fundação Heinrich Böll; Roberto Rocha, representante da direção do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis; e André Barreto, coordenador do Programa de Monitoramento de Praias (PMP) da Petrobras, em Santa Catarina.

Quem pediu a realização da audiência foi o senador Fabiano Contarato (Rede-ES).

De acordo com o senador, o lixo acumulado nas praias ou na superfície representa apenas 1% do plástico total que é despejado nos oceanos, os 99% restantes acabam a centenas de metros de profundidade e “colocam em risco áreas de alto valor biológico, como montanhas, cânions e escarpas submersas. São verdadeiros aterros de lixo plástico nas profundezas do mar”. 

Contarato também afirma que o fundo do mar abriga grande biodiversidade e é região estratégica para alimentação e reprodução de corais, baleias e tubarões. Além disso, informa o senador, as medidas como limpeza de praias e coleta de resíduos na superfície marinha “são muito necessárias, mas totalmente insuficientes se quisermos enfrentar a raiz do problema dos plásticos nos oceanos”. 

“Para enfrentar o problema da poluição, somente a redução na produção de materiais plásticos poderá reduzir a pressão sobre os oceanos. Por isso, propomos essa audiência pública com a finalidade de debater o tema, na busca de soluções legislativas e ações alternativas que possam impedir que uma série de objetos desnecessários, especialmente os de uso único, continuem a ser produzidos”, acrescenta Contarato. 

Igarapés de Manaus

A cheia histórica do Rio Negro, em Manaus, tem inundado de lixo a capital do Amazonas. Dados da Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) indicam que, somente neste ano, mais de 1 mil toneladas de lixo já foram retiradas das águas do Rio Negro e de igarapés em Manaus. Por dia, o órgão tem recolhido cerca de 27 toneladas de dejetos, sobretudo dos igarapés que passam por áreas habitadas por pessoas pobres.

Com o grande volume de chuvas na região, a situação fica ainda mais grave. O lixo descartado incorretamente nos leitos dos igarapés, sem força para chegar ao Rio Negro, acaba voltando para a população.

A audiência pública é aberta à participação dos cidadãos por meio do portal e-Cidadania ou pelo telefone 0800 061 22 11. 

Com informações da Agência Senado

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