COVID-19

Pesquisa avalia efetividade da vacina CoronaVac em pessoas com comorbidades

O estudo foi realizado em trabalhadores com comorbidades da educação pública e privada, e servidores da Secretaria Pública de Segurança, com atuação em Manaus, com 18 a 49 anos de idade

Em webinar promovido nesta sexta-feira (25/06) pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), pesquisadores responsáveis pelo estudo Covac Manaus apresentaram informações sobre pesquisa que avalia a efetividade da vacina CoronaVac, para verificar se  terá impacto na prevenção das formas graves da Covid-19. A pesquisa foi realizada em trabalhadores com comorbidades da educação pública e privada, e servidores da Secretaria Pública de Segurança, com atuação em Manaus, com 18 a 49 anos de idade.

A pesquisa é apoiada pelo Governo do Amazonas, por meio da Fapeam, via Programa de Apoio à Consolidação das Instituições Estaduais de Ensino e/ou Pesquisa (Pró-Estado). Dois pesquisadores que atuam na coordenação da pesquisa trataram sobre o tema, a médica infectologista (UEA/FMT-HVD), Maria Paula Mourão, e o pesquisador da FMT-HVD, Fernando Val. A atividade foi mediada pelo pesquisador Wuelton Monteiro, também da FMT-HVD.

No Amazonas, o grupo de pesquisa é o primeiro a estudar particularmente populações com comorbidades, a resposta dessa população ativa contra o novo coronavírus e a efetividade do imunizante em um local onde a variante P.1 do vírus SARS-CoV-2 predomina em 90% das amostras coletadas de pacientes diagnosticados com a doença. Daí advém a importância de conhecer como a vacina se comporta frente a esta variante.

Foram vacinados 5.087 trabalhadores voluntários com comorbidades. Os pesquisadores investigam, durante um período de 12 meses, o efeito do imunizante e se a aplicação das duas doses da vacina é capaz de prevenir quadros clínicos moderados e graves de Covid-19 nessa população, ao nível daqueles da mesma faixa etária que não apresentam comorbidades, mas têm fatores de risco ocupacional para infecção grave pelo novo coronavírus.

Os voluntários receberam as doses da vacina, doadas pelo Instituto Butantan, em março deste ano, quando o estudo teve início. Todos os participantes estão sendo acompanhados, durante o período de estudo, pela equipe de pesquisa. Com isso, estão sendo aplicados exames sorológicos, efetuadas ligações mensais pelo call center e coleta trimestral de sangue para estudo sorológico. Será realizado ainda monitoramento dos níveis de anticorpos neutralizantes, monitoramento das hospitalizações, notificações e testagem gratuita dos sintomáticos respiratórios para inferir o grau de proteção da vacina.

Comorbidades – A obesidade é o grande marcador entre o público alvo (81,2%), seguido de hipertensão arterial (20%) e diabetes (10,4%). Entre outras enfermidades estão a doença imunossupressora (4,7%), pneumopatia crônica grave (4,5%), doenças cardiovasculares (1,6%), doença renal crônica (0,3%), doença cérebro-vascular (0,2%), anemia falciforme (0,1%), cirrose hepática (0%), síndrome de down (0%). além de 1.250 participantes no grupo controle (sem comorbidade).

Apoio Fapeam – O pesquisador Fernando Val destacou a importância do apoio financeiro da Fapeam para o desenvolvimento da pesquisa científica. Segundo ele, a fundação é uma parceira de longa data e tem apoiado e dado suporte financeiro e, muitas vezes, logístico para o desenvolvimento das pesquisas, que têm se tornado cada vez mais complexas na FMT-HVD.

“A celeridade da Fapeam em deslocar o recurso para o início do estudo foi de substancial importância. A Fapeam deu o suporte no pagamento de bolsas para conseguirmos a condução da pesquisa, com recursos humanos de forma muito rápida e eficiente o que possibilitou, naquele momento, o andamento desse processo inicial”, destacou Fernando Val.

A pesquisadora Maria Paula Mourão evidenciou a celeridade e sensibilidade da Fapeam em perceber que era um momento muito propício para iniciar uma pesquisa que ajudaria a ter resposta para o enfrentamento de uma nova possível onda de Covid-19 em Manaus.

“A sensibilidade da Fapeam em compreender que apesar de naquela época estarmos desacelerando a segunda onda, aquele era um momento de concentrar esforços, recursos humanos e financeiros para que pudéssemos avançar de forma consistente e segura. A Fapeam nos acompanhou nesse desafio, e com isso conseguimos implementar todas as bolsas e as pessoas estão trabalhando hoje remuneradas graças a essa sensibilidade”, disse a pesquisadora.

Próximos passos – Maria Paula explica que um um terço do projeto foi concluído com acompanhamento de visitas presenciais. A expectativa é que no próximo mês o grupo consiga divulgar os resultados das sorologias com as respostas imunológicas e, então poder ter a primeira comunicação a respeito do desafio vacinal dessa população com comorbidade. 

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