COMÉRCIO

No Dia Nacional da Cachaça, empresário amazonense põe a prova produto com sabores regionais

Várias opções de Cachaça, criada pelo chef Dedé Parente, estão entre as prediletas do público nesta data, que terá degustação de cachaças nas unidades do Grupo

Quem nunca provou uma cachaça? Esse produto totalmente brasileiro que ganhou o mundo pela sua forte característica e personalidade marcante, também tem sua data de comemoração. E porque não cantar os parabéns para esse ícone que nos representa tão bem por todo o mundo? Assim como o samba, o futebol e outras regionalizações que só os brasileiros tem, ela também é motivo de orgulho pelo seu sucesso. Afinal de contas, nós temos várias formas de trabalhar a gastronomia neste país, mas a cachaça passeia em todas elas com todo o glamour.

Todo o dia 13 de setembro se comemora o “Dia Nacional da Cachaça” como uma forma de relembrarmos os tempos de um Brasil colonial, quando o destilado era símbolo de resistência contra a dominação portuguesa. A legalização da bebida, no entanto, só foi possível após uma revolta popular contra as imposições da Coroa portuguesa, conhecida como “Revolta da Cachaça”, ocorrida no Rio de Janeiro.

A data foi aprovada em outubro de 2010 pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados como resultado do projeto de lei do deputado Valdir Colatto (PMDB-SC). Com o objetivo de homenagear a típica bebida brasileira, nesta segunda-feira, 13, data em que se comemora o Dia Nacional da Cachaça, o Grupo Dedé convida a população para participar da degustação de cachaças, que acontece em todas as unidades para celebrar a data. Os clientes terão a oportunidade de conhecer e saborear diversos rótulos, em especial a Jambucana, que estão disponíveis nas vitrines das unidades do Parque 10, shoppings Manauara, Amazonas e Ponta Negra.

Devido à forte admiração pela bebida e com a finalidade de deixar uma marca registrada com os ingredientes da Amazônia, o chef André Parente, mais conhecido como “Dedé”, lançou a Jambucana em 2015, e outros rótulos de diferentes sabores que tem conquistado o paladar do público no cenário nacional e internacional.

De acordo com o sócio proprietário da Cachaçaria do Dedé, Rogério Perdiz, o projeto da bebida, que começou a ser vislumbrado em 2014, foi uma idealização em função de querer ter um produto unindo a Amazônia com Minas Gerais, reconhecida pela diversidade das cachaças artesanais e de qualidade. “Sempre tivemos rótulos de diversas regiões do Brasil, sendo os grandes polos produtores Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Nordeste. Com isso veio a inquietação de termos um produto com algum ingrediente amazônico. Começamos a pensar em vários ingredientes e uma das ideias foi utilizar o jambu, uma erva amazônica, muito utilizada na culinária”, explica.

Cachaça de Jambu – Jambucana
O jambu se tornou matéria-prima utilizada na produção de bebida alcoólica, sendo aproveitada toda a planta: raiz, talos e folhas em seu processo de fabricação. A bebida é mista, que em sua composição tem essência de jambu, melado de cana, extrato de canela, cravo, gengibre, ácido cítrico e cachaça do Dedé Prata. Segundo Perdiz, a bebida não pode ser chamada de cachaça no rótulo, devido a legislação sobre o destilado que só permite a classificação se tiver o uso exclusivo da cana. Mas, ela é tratada como tal num mercado com mais de 3 mil rótulos de cachaça.

O produto possui o selo do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), que garante a sua exportação, e com o selo da Associação dos Produtores Artesanais de Cachaça de Salinas (Apacs), que assegura a sua qualidade e originalidade de um produto artesanal. Há dois anos consecutivos a Cachaçaria do Dedé registrou um crescimento na venda na ordem de 23% do produto. “Isso indica que há uma aceitação do público. Estamos posicionando o produto de valor agregado, diferenciado, exclusivo, sofisticado, para uma saborização consciente, sem excessos, o que torna agradável a degustação da Jambucana”, relata Perdiz.

Produção
Foram dois anos de pesquisa para o desenvolvimento da bebida. A ideia era dar um toque amazônico à típica cachaça brasileira, o que foi alcançado com louvor pela cachaça de jambu. “A partir do momento em que determinamos que seria utilizado o jambu, não era simplesmente misturar. Foram feitas mais de 30 simulações. Dedé começou a desenvolver as composições e um master bland, de Minas Gerais, fazia as análises técnicas, até chegar à fórmula”.

Como a Jambucana começou a ter um maior volume de produção, começou a ficar inviável enviar o jambu in natura até o produtor, que fica em Minas Gerais. Ao procurar alternativas, encontraram um pesquisador em Belém que desidrata a erva, produzindo um jambu pulverizado, o que facilitou o processo e o transporte.

Conheça o Jambu
O jambu é uma erva típica da região Norte do Brasil, especificamente dos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia. Facilmente encontrado em feiras e mercados locais e é vendido em maços, muito utilizado na culinária da região. Por exemplo, o jambu é ingrediente fundamental na preparação de pratos típicos como o tacacá e o pato no tucupi. O diferencial desta erva não é especificamente o sabor, mas a sensação de dormência e formigamento que causa nos lábios, língua e céu da boca, o que proporciona uma experiência gastronômica exótica.

Combinações sugeridas
De acordo com o chef Dedé Parente, o melhor é tomar a bebida gelada e a dica para acompanha-la são os petiscos salgados. Ele recomenda a Costelinha do Dedé, o Joelho de porco e a Paçoca, que harmonizam com a bebida. Isso porque terá a suavidade e o aveludado dela contrastando com o sabor mais salgado.

“A Jambucana deve ser tomada como se fosse uma degustação, onde é recomendado apreciar a bebida. É um degustar lento para que possa sentir todos os aromas, as sensações, notas das essências. O ideal é tomá-la bem gelada, num copo adequado que favoreça os aromas”, garante Dedé.

A Internacionalização
No Brasil, o produto está presente em 17 estados e a ideia de exportação surgiu há três anos. O processo para a venda no exterior é demorado e conta com várias etapas como o estudo de mercado e as estratégias de venda, além da parte legal de registrar a marca em outro país, nos órgãos de controle e entender os canais de distribuição. Todas essas fases já foram superadas e a expectativa é que a primeira carga chegue aos Estados Unidos em até três meses.

A Amazônia é uma marca que sozinha vende e no exterior ela é muito desejada. As pessoas querem ter produtos, elementos e experiências que envolvam a Amazônia. Então com o crescimento e o reposicionamento da cachaça no mercado brasileiro e mundial, haveria espaço para a Jambucana conquistar esse espaço.

Segundo Rogério, o público estrangeiro que já teve a oportunidade de experimentar a bebida no restaurante recebeu o produto de forma positiva. Muitas dessas pessoas compram e levam a cachaça para os seus países de origem. “Já recebemos vídeos e posts nas redes da Jambucana sendo consumida na Alemanha, Inglaterra, Portugal, Estados Unidos e outros países. É uma bebida que tem nicho de mercado”, conclui o diretor administrativo.

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