Crise de fumaça piora a qualidade do ar em Manaus e interior do Amazonas, levando Ufam a suspender aulas e adotar home office
Queimadas intensificam poluição do ar e trazem riscos à saúde; municípios enfrentam visibilidade reduzida e aumento de internações por problemas respiratórios
A intensa fumaça proveniente das queimadas que assolam o interior do Amazonas tem comprometido seriamente a qualidade do ar em Manaus e outros municípios do estado. A capital amanheceu, nesta quarta-feira (28/8), envolta em uma espessa neblina de fumaça, que levou a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) a suspender as aulas presenciais e colocar servidores em regime de home office como medida preventiva.
O monitoramento da qualidade do ar feito pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) indicou níveis críticos de poluição, especialmente em áreas como o Distrito Industrial, Zumbi dos Palmares, e o bairro Cidade Nova. Em alguns pontos, os índices de material particulado (PM2.5) ultrapassaram os limites considerados seguros pela Organização Mundial da Saúde (OMS), aumentando os riscos à saúde da população, principalmente para pessoas com problemas respiratórios, crianças e idosos.
Além de Manaus, municípios como Iranduba, Presidente Figueiredo, e Manacapuru também enfrentam a mesma situação. A visibilidade nas estradas que conectam essas regiões está reduzida, gerando preocupação com a segurança dos motoristas. As autoridades locais alertam para o risco de acidentes e orientam a população a evitar deslocamentos desnecessários.
As consequências dessa crise de fumaça já começam a ser sentidas no sistema de saúde. Hospitais e postos de saúde relatam um aumento significativo no número de atendimentos de pacientes com sintomas respiratórios, como tosse, dificuldade para respirar e irritação nos olhos. A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) reforçou as equipes de atendimento em unidades de saúde próximas aos bairros mais afetados e orienta a população a utilizar máscaras N95 ou PFF2 e a permanecer em ambientes fechados sempre que possível.
Outras instituições públicas, além da Ufam, estão adotando medidas de prevenção. A Prefeitura de Manaus já estuda implementar o regime de home office para servidores em outras secretarias, caso a situação se agrave nos próximos dias. No interior, escolas em municípios como Autazes e Rio Preto da Eva também suspenderam as aulas devido às condições insalubres.
A Defesa Civil do Amazonas segue em estado de alerta, monitorando a situação das queimadas e da fumaça. A expectativa é que a situação persista enquanto não houver chuvas significativas na região, o que agrava ainda mais as perspectivas para os próximos dias.
As autoridades fazem um apelo à população para colaborar evitando queimadas e práticas que possam intensificar ainda mais a poluição do ar. A recomendação é que todos sigam as orientações de saúde pública para mitigar os efeitos nocivos dessa crise ambiental.