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Isoladas e sem ajuda humanitária, famílias das Cacaias e do Rio Uatumã clamam por socorro

Suspensão da entrega de cestas básicas e água potável, em Presidente Figueiredo, agrava a crise e deixa centenas de famílias ribeirinhas desamparadas

A seca prolongada que atinge a região do Rio Uatumã, em Presidente Figueiredo, tem causado um impacto devastador nas comunidades ribeirinhas e nas famílias que vivem nas cacaias. Com o nível da água em queda severa, essas famílias estão sem acesso a alimentos e água potável. O cenário, que já era grave, foi intensificado após a suspensão judicial da entrega de ajuda humanitária, uma decisão tomada em benefício do ex-prefeito Fernando Vieira (Fernandão), candidato nas próximas eleições.

Segundo Afrânio Teotônio Gomes, secretário da Defesa Civil, a situação no Lago Maracaraná é extremamente crítica. Ele relatou que, antes da suspensão das entregas no dia 2 de outubro, a situação já era preocupante, e agora se tornou desesperadora.

“Os bancos de areia estão enormes, dificultando a navegação. Hoje mesmo tivemos que fazer manobras arriscadas com os barcos carregados de ajuda humanitária. Muitas famílias que poderiam vir buscar a ajuda estão completamente isoladas, especialmente os idosos, que dependem de pequenas embarcações como rabetas para se deslocar,” relatou o secretário em um vídeo divulgado nas redes sociais.

A escassez de água e alimentos torna a vida insustentável para os moradores, que agora temem não conseguir nem participar das eleições devido ao isolamento. Maria do Socorro, moradora da região, desabafou: “Estamos sem nada. O rio secou e a ajuda foi suspensa. Como vou sair daqui para votar se nem barco passa mais?”

José Almeida, outro morador, expressou sua preocupação com a sobrevivência da família: “Não temos água nem comida suficiente. Sem a ajuda que vinha, fica impossível sobreviver por muito tempo assim.”

Enquanto o impasse judicial continua, a Defesa Civil está impedida de distribuir os recursos às áreas mais afetadas. O cenário é desolador, e as soluções parecem distantes. As famílias clamam por socorro imediato, temendo que a seca cause danos irreversíveis à sua sobrevivência e à integridade da comunidade.

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