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Censo revela crescimento alarmante de favelas na Amazônia Legal

Amazonas lidera com 34,7% da população em áreas precárias; dez das 20 maiores favelas do país estão na região

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 8 de novembro de 2024, revelam um aumento preocupante na população residente em favelas e comunidades urbanas na Amazônia Legal. O Amazonas destaca-se com 34,7% de seus habitantes vivendo nessas áreas, a maior proporção entre os estados brasileiros.

O levantamento identificou que, das 20 favelas mais populosas do país, dez estão localizadas na Amazônia Legal. Em Manaus, seis comunidades figuram na lista: Cidade de Deus/Alfredo Nascimento (55.821 habitantes), Comunidade São Lucas (53.674), Zumbi dos Palmares/Nova Luz (34.706), Santa Etelvina (33.031), Colônia Terra Nova (30.142) e Grande Vitória (26.733). Essas comunidades somam mais de 234 mil moradores, superando o total das três maiores favelas do Rio de Janeiro, que juntas têm cerca de 157 mil habitantes.

Além do Amazonas, outros estados da região apresentam índices significativos. O Amapá registra 24,4% de sua população em favelas, enquanto o Pará tem 18,8%. Esses números refletem um crescimento acelerado das áreas urbanas periféricas na região nos últimos anos.

Especialistas apontam que a expansão das favelas na Amazônia está associada a fatores como migração interna, falta de políticas habitacionais eficazes e crescimento urbano desordenado. A ausência de infraestrutura básica e serviços públicos adequados nessas comunidades agrava as condições de vida dos moradores, que enfrentam desafios relacionados à saúde, educação e segurança.

O IBGE ressalta que a identificação dessas áreas, anteriormente denominadas de “aglomerados subnormais”, agora é feita com base em critérios que consideram a insegurança jurídica da posse, ausência ou precariedade de serviços públicos e localização em áreas com restrições legais ou de risco ambiental.

Diante desse cenário, especialistas defendem a implementação de políticas públicas integradas que promovam a regularização fundiária, melhoria da infraestrutura e acesso a serviços essenciais, visando à redução das desigualdades socioeconômicas e à melhoria da qualidade de vida nas favelas da Amazônia Legal.

Dados nacionais

O Brasil tem 16,390 milhões de pessoas que moram em favelas e comunidades urbanas. Isso representa 8,1% do total de 203 milhões de habitantes no país, ou seja, de cada 100 pessoas, oito vivem nesses locais. Os dados fazem parte de um suplemento do Censo 2022, divulgado nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa apontou que há 12.348 favelas em 656 municípios Brasil afora.

Distribuição

O IBGE detalhou que 43,4% dos moradores de favelas estão na região Sudeste. São 7,1 milhões. No Nordeste estão 28,3% (4,6 milhões); no Norte, 20% (3,3 milhões); no Sul, 5,9% (968 mil); e no Centro-Oeste, 2,4% (392 mil).

O estado de São Paulo tem a maior população de residentes em favelas, 3,6 milhões, seguido por Rio de Janeiro (2,1 milhão) e Pará (1,5 milhão). Os três estados juntos respondem por 44,7% do total de habitantes de comunidades do país. A maior favela é a Rocinha, no Rio de Janeiro, com 72.021 moradores.

Em proporção, o Amazonas tem a maior parcela de pessoas morando em favelas (34,7%). Isso equivale dizer que praticamente um em cada três moradores do estado vive em alguma comunidade.

O Amapá aparece na sequência com proporção de 24,4%. Pará (18,8%), Espírito Santo (15,6%), Rio de Janeiro (13,3%), Pernambuco (12%), Bahia (9,7%), Ceará (8,5%), Acre (8,3%) e São Paulo (8,2%) completam a lista de estados em que a proporção é maior que a média nacional (8,1%).

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