DESTAQUEMEIO AMBIENTE

 Exploração madeireira ameaça Terras Indígenas na área da BR-319

Degradação ambiental atinge TIs e Unidades de Conservação em regiões de influência da rodovia; relatório aponta falta de fiscalização e impactos sobre comunidades indígenas

Um relatório recente do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) revela que as terras indígenas na área de influência da BR-319 lideram em exploração madeireira na Amazônia. Entre agosto de 2022 e julho de 2023, as Terras Indígenas (TI) Jacareúba-Katawixi, Kaxarari e Tenharim-Marmelos somaram 8.170 hectares de áreas degradadas, destacando-se entre as mais impactadas pela exploração florestal.

Localizada entre os municípios de Humaitá e Manicoré, a TI Tenharim-Marmelos foi a mais afetada, com 4.745 hectares degradados. Segundo a nota técnica do Observatório BR-319, a proximidade com a rodovia aumenta a vulnerabilidade dessas áreas, facilitando o acesso de madeireiros ilegais.

Os dados apontam ainda que o enfraquecimento de órgãos de fiscalização, como o Ibama, tem contribuído para a degradação crescente. O número de fiscais do Ibama foi reduzido pela metade na última década, prejudicando a proteção dessas áreas.

A exploração madeireira em Unidades de Conservação (UCs), como os Parques Nacionais Mapinguari e dos Campos Amazônicos, também é motivo de preocupação. Mesmo sendo áreas de proteção integral, com permissão apenas para atividades de pesquisa e educação ambiental, essas UCs tiveram 277 hectares explorados ilegalmente cada.

A situação crítica das TIs e UCs destaca a necessidade urgente de políticas públicas que fortaleçam a fiscalização e assegurem a proteção dessas áreas, essenciais para a preservação da biodiversidade e das comunidades locais.

O relatório completo pode ser acessado no Observatório BR-319 e apresenta dados que fundamentam a pressão por medidas efetivas e proteção dos territórios indígenas na Amazônia.

Sobre o Observatório BR-319

O Observatório BR-319 (OBR-319) é uma rede de organizações da sociedade civil que atua na área de influência da rodovia BR-319, formada por 13 municípios, 42 Unidades de Conservação e 69 Terras Indígenas, entre os estados do Amazonas e de Rondônia.

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