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Ancestralidade negra ganha protagonismo em exposição fotográfica no Palácio Rio Negro

Mostra “Amyipaguana Ancestralidade Presente” celebra resistência e identidade cultural do povo negro e segue aberta até 31 de dezembro com entrada gratuita

A força e a riqueza da ancestralidade negra são o tema central da exposição “Amyipaguana Ancestralidade Presente”, inaugurada nesta quinta-feira (21/11) no Centro Cultural Palácio Rio Negro, em Manaus. Parte da programação da quarta edição da Mostra Amyipaguana de Cultura Popular, a exposição faz parte das comemorações da Semana da Consciência Negra e estará aberta ao público até o dia 31 de dezembro.

A exposição reúne 12 fotógrafos que exploram, por meio de imagens em preto e branco, as múltiplas dimensões da ancestralidade e da cultura negra na contemporaneidade. Entre os artistas estão Andarilha, Alex Borja, Anderson Brasa, André Cavalcante, Jéssica Oliveira, Mariana Rebouças, Michell Mello, Ricardo Balby, Selma Carvalho, Pedro Marinho e Phil Limma, cada um com duas obras que convidam o público a refletir sobre a resistência e a contribuição sociocultural das populações negras.

Com curadoria de Rafaela Fonseca da Silva, Andarilha e Jessica Oliveira, a mostra busca romper com os discursos limitados que reduzem a história negra à escravidão e ao sofrimento. “A população negra não se resume apenas àquilo que aconteceu na escravidão. Ela também encontrou formas de resistência nas suas vivências, religiosidade, cultura e fazeres cotidianos, contribuindo ativamente para a sociedade”, explica Andarilha, fotógrafa e uma das curadoras.

O texto curatorial da exposição reforça essa perspectiva, destacando que a mostra aborda “visões, corpos, movimentos e encruzilhadas” que compõem a vivência negra no pós-abolição, indo além das marcas históricas da opressão.

Fotografias que narram resistência

Entre os destaques da exposição estão as obras de André Cavalcante, que capturam a luta diária da população negra em contextos urbanos. “Eu tento expressar, por meio das fotografias, a dificuldade enfrentada pelo povo negro na cidade, uma verdadeira guerra cotidiana contra as adversidades”, afirma o fotógrafo, que também é estudante de biomedicina e ativista.

As imagens presentes na mostra oferecem um mosaico de experiências, desde expressões culturais até cenas que evocam reflexões sobre o legado e a presença da ancestralidade negra no dia a dia.

Visitação gratuita

A exposição “Amyipaguana Ancestralidade Presente” pode ser visitada gratuitamente no Centro Cultural Palácio Rio Negro, localizado na avenida Sete de Setembro, 1546, Centro de Manaus. O espaço está aberto de segunda a sábado, das 9h às 13h, exceto às terças-feiras. A programação é uma realização do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, e oferece uma oportunidade única de reflexão e celebração da cultura negra.

A exposição reforça a importância de iniciativas culturais que reconhecem e valorizam a contribuição das populações negras para a sociedade, transformando o Palácio Rio Negro em um espaço de memória, resistência e celebração da identidade.

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