Amapá inaugura o Parque Arqueológico do Solstício: um marco para ciência e cultura
Sítio histórico em Calçoene resgata o legado indígena e promete impulsionar o turismo cultural e científico na Amazônia
No extremo norte do Amapá, a cerca de 390 quilômetros de Macapá, está o Parque Arqueológico do Solstício, conhecido popularmente como o “Stonehenge da Amazônia”. Com mais de 120 blocos de granito dispostos em círculo, alguns com até 4 metros de altura e pesando cerca de 2 toneladas, o sítio é um testemunho impressionante do conhecimento astronômico e cultural dos povos indígenas que o construíram há aproximadamente mil anos.
Um observatório indígena milenar
Pesquisas apontam que o sítio arqueológico foi utilizado como um observatório astronômico e espaço cerimonial. A principal evidência dessa função é o alinhamento perfeito de uma das pedras com o solstício de inverno, fenômeno que ocorre em 21 de dezembro, quando o sol se posiciona diretamente sobre um dos monólitos, sem projetar sombras.
Em dezembro de 2024, o sítio ganhou destaque ao atrair turistas e pesquisadores durante o alinhamento solar do solstício. Esse evento natural reforçou a relevância científica e cultural do local, além de chamar atenção para o legado milenar dos povos originários da Amazônia.
Transformação e preservação
Em junho de 2024, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em parceria com o governo federal, anunciou a transformação do sítio em parque arqueológico. A iniciativa, integrada ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), busca preservar o patrimônio histórico, fomentar pesquisas científicas e impulsionar o turismo sustentável na região.
O projeto inclui a construção de infraestrutura para visitas guiadas, áreas de exposição e atividades educacionais. Além disso, pretende gerar oportunidades econômicas para a comunidade local, valorizando o potencial turístico e cultural de Calçoene.
Um legado para o Brasil e o mundo
A criação do Parque Arqueológico do Solstício é um marco para o patrimônio histórico brasileiro, destacando a sofisticação cultural dos povos indígenas e oferecendo uma oportunidade única para o estudo e valorização de suas tradições.
Mais do que um destino turístico, o “Stonehenge da Amazônia” é um símbolo da herança milenar da região, unindo história, ciência e cultura em um dos cenários mais fascinantes do Brasil. A iniciativa reforça a importância de proteger e promover os conhecimentos ancestrais enquanto se constrói um futuro sustentável para as comunidades locais.
Fotos: Divulgação/Assessoria