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Deputado levanta denúncia sobre suposta aposentadoria irregular e vínculo empresarial ligado à máquina pública

Documentos indicam contradições na aposentadoria de ex-policial ligado ao setor de segurança e sócio do vereador Sargento Salazar; caso acende alerta sobre possível favorecimento com recursos públicos

O deputado estadual Daniel Almeida (Avante) tornou públicas, nesta semana, denúncias que envolvem o ex-policial militar Kidson Maia de Souza, atualmente empresário da área de segurança e, segundo registros oficiais, sócio direto do vereador de Manaus, Sargento Salazar (PL).

Documentos obtidos com exclusividade revelam inconsistências relevantes no processo de aposentadoria de Kidson, que deixou a Polícia Militar do Amazonas em 2012 por incapacidade psiquiátrica total e permanente. Apesar do diagnóstico de esquizofrenia e episódio depressivo grave, registrados por laudos médicos anexados ao processo, Kidson se manteve ativo no mercado privado, participando diretamente da gestão de empresas da área de segurança e se apresentando como colecionador de armas.

As informações apontam um possível conflito de interesses e levantam questionamentos sobre o uso de recursos públicos e vínculos entre estruturas públicas e privadas.

“Estamos diante de uma série de documentos que merecem atenção e investigação por parte dos órgãos competentes. O que está em jogo é a moralidade da gestão pública”, declarou o deputado Daniel Almeida, que reforça que não se trata de julgamento prévio, mas sim da necessidade de transparência.

O caso levanta indícios que vão além da aposentadoria médica. As conexões entre Kidson Maia e empresas que atuam com contratos na área de segurança pública — além da relação societária com o vereador — acendem um sinal de alerta sobre possíveis práticas de favorecimento, uso indevido de benefícios previdenciários e até nepotismo cruzado, conforme sugerem registros de vínculos empregatícios de pessoas da mesma família em esferas públicas distintas.

A reportagem teve acesso a boletins da Polícia Militar que classificam Kidson como incapacitado para o serviço militar por motivo de ordem psiquiátrica, bem como a registros empresariais atualizados que o vinculam à direção de empresas em atividade no setor de segurança privada — setor este com sensível relação com o poder público.

Apesar de ainda não haver investigação formalizada pelo Ministério Público ou Tribunal de Contas, a gravidade dos documentos apresentados exige um posicionamento das instituições de controle.

Até o momento, o vereador Salazar não se pronunciou publicamente sobre o caso, e a reportagem opta por preservar sua imagem pessoal enquanto aguarda os desdobramentos oficiais.

Confira a documentação que respalda nossa matéria.

Nossa reportagem tentou contato com os envolvidos na matéria, mas, apenas o deputado Daniel Almeida se manifestou. Ainda assim, continuamos à disposição dos demais citados na matéria.

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