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Michelin anuncia ampliação da produção de pneus no Polo Industrial de Manaus

Com aumento da produção, a empresa, que é líder global no mercado de pneus, deve gerar pelo menos 300 empregos diretos e 900 indiretos.

O aumento da produção de pneus da fábrica Neotec, da multinacional francesa, instalada no Polo Industrial de Manaus (PIM), foi anunciada pelo presidente da Michelin para a América Latina, Nour Bouhassum, ao governador Wilson Lima, durante a visita dele a empresa, localizada na rodovia AM-010, que liga Manaus ao município de Itacoatiara, na quinta-feira (30/1).

Nour Bouhassum apresentou ao governador o plano de trabalho para aumentar em 100% a aquisição de borracha natural nos próximos dois anos. A ideia é abrir pelo menos mais 300 vagas de empregos diretos e outros 900 indiretos. Em 2019, o grupo já empregava 900 trabalhadores de forma direta e mais de 2.500 indiretamente, segundo dados da multinacional.

Acompanhado do superintendente da Zona Franca de Manaus, Alfredo Menezes, o governador disse aos investidores que o Estado já trabalha para incentivar a cadeia de produção da borracha no Amazonas.

“A empresa tem o plano de dobrar, até 2024, a aquisição de matéria-prima e a contratação de mão de obra para a indústria local. Isso é muito bom para o Amazonas, porque além de ampliar a oferta de vagas de empregos diretos, nós temos a chance de alavancar a produção da borracha local e gerar emprego e renda para muitos produtores”, afirmou Wilson Lima.

Os dirigentes também informaram ao governador que pretendem aumentar as exportações para o mercado nacional e países da América do Sul, além do México. Em resposta aos empresários, Wilson Lima disse que o governo do Estado já está trabalhando para esse novo momento. “Imagine quantos produtores não querem se dedicar a essa atividade, mas não conseguem apoio? É aí que nós entramos, vamos apoiar aquele pequeno extrativista e vamos incentivar a produção”, afirmou.

O governador informou que no ano passado o governo do Estado pagou, por meio da Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), a subvenção da borracha, que estava atrasada e o pagamento foi colocado em dia. “Tenho certeza de que estamos diante de um marco na história da cadeia produtiva da borracha no Amazonas”, enfatizou Wilson Lima.

Incentivo à produção

De acordo com o secretário de Produção Rural, Petrucio Magalhães Junior, que acompanhou Wilson Lima na visita à fábrica da Michelin, o governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Produção Rural (Sepror), ADS, Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável (Idam), Agência de Fomento do Estado (Afeam) e Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), já trabalha no fortalecimento da cadeia produtiva da borracha no Amazonas.

Segundo ele, as ações incluem a abertura de linha de microcréditos, adoção de novas tecnologias, assistência técnica e treinamento, além de visitas aos centros de produção. “A borracha tem grande potencial, e a indústria de pneus Michelin mostrou que precisa comprar 1.500 toneladas em 2020, e nossa produção em 2019 foi de apenas 400 toneladas”, afirmou.

Segundo o secretário, o governo vai incentivar tanto a produção extrativista de borracha, quanto o cultivo consorciado da seringueira com outras culturas de potencial econômico, como é o caso do cacau, café, açaí, cupuaçu em sistemas agroflorestal.

O diretor-presidente da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam), Marcos Vinicius Castro, explicou a atuação do órgão para potencializar a cadeia produtiva da borracha, que será revitalizada.

Segundo ele, a Afeam será um dos atores desse processo, por meio de suas linhas de financiamento disponíveis para associações e cooperativas. “Estamos trabalhando em duas fases. Os extrativistas vão coletar a matéria-prima e vamos financiar o pagamento no ato da entrega da produção lá na ponta para o extrativista, onde eles vão ter a segurança de receber a subvenção. Em outra parte, estamos em negociação com a usina de processamento de Iranduba, que deve fornecer a matéria-prima processada para as empresas”, explicou.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jório Veiga, disse não ter dúvida de que está sendo construído um novo marco para a reestruturação da cadeia produtiva da borracha no Amazonas. “Essa articulação, que envolve produtores, técnicos, gestores e iniciativa privada vai abrir um novo marco para a reestruturação da cadeia da borracha, uma ação que vai permitir a milhares de famílias no interior mais renda e qualidade de vida”, garantiu.

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