DESTAQUETURISMO

Turismo interno pode salvar empresas de falência e milhares de emprego

Proposta é da ex-presidente da Amazonastur, Oreni Braga, propondo ações do poder público como isenção de impostos e empréstimos a longo prazo

Uma alternativa a curto e médio prazos para tentar frear as falências das centenas de empresas da área de turismo, um dos primeiros setores afetados gravemente pela pandemia do novo coronavírus e provavelmente um dos últimos a se recuperar, será o amparo do poder público com isenção de impostos, taxas e empréstimos a longo prazo.

Oreni Braga apresentando a Greg Hale, vice-presidente da Disney, a maquete do Parque da Biodiversidade do Amazonas – Biopar

A avaliação é da ex-presidente da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur), Oreni Braga, especialista em Ecoturismo e Design de Ecolodges e mestre em Gestão e Auditoria Ambiental.

Para ela, que atua no setor há tempos, a bancarrota já está acontecendo de forma célere e são necessárias ações rápidas para garantir que os empresários mantenham seus empreendimentos e os empregos. Como candidata a uma vaga na Câmara Municipal, Oreni concorre pelo Avante e pretende colocar-se como uma porta-voz desse e de outros setores que vão precisar de um apoio especial do poder público em todas as esferas.

“É um cenário mundial atípico trazido pela pandemia do novo coronavírus, que impactou a humanidade, exigindo do poder público uma ação estratégica, seja com redução ou isenção por um determinado tempo, de cobrança de impostos ou até empréstimos a longo prazo”, sugere a especialista.

Para se ter uma ideia, como ela explica, alguns países da Europa e das Américas, que já haviam iniciado a abertura das fronteiras, voltaram a fechá-las, sinalizando ser um problema de longo prazo.

Foto: Divulgação

ROTAS DOMÉSTICAS

Embora a maioria dos empresários do setor já tenham decretado falência, os que permanecem devem receber um apoio mais efetivo do poder executivo. Um retrato preocupante do setor é dos guias de turismo em Manaus, cuja sobrevivência depende hoje do recebimento de cestas com alimentos básicos, já que as atividades estão paralisadas completamente”, explicou Oreni.
Uma das alternativas quando houver a liberação da área da saúde, é fomentar o turismo doméstico. Oreni diz que, no caso de Manaus, deve-se fazer um trabalho intenso mais arrojado, estimulando os amazonenses que moram em outros municípios a conhecer a capital.

“Com isso, ocuparíamos a hotelaria, promovendo tarifas acessíveis, assegurando todas as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Secretaria Estadual de Saúde (Susam), para uso dos hotéis, restaurantes e shoppings”, propõe a ex-presidente da Amazonastur, destacando um trabalho estratégico de marketing e mídia para obter resultados.

“Há necessidade de uma secretaria do turismo do município atuante e comprometida não só para fortalecer, mas criar alternativas para ter fluxo, estimular o funcionamento desse negócio chamado turismo”, explicou.
Uma alternativa também seria a de fazer eventos itinerantes, usando as mídias eletrônicas para movimentar as pessoas.

Para ela, um bom trabalho de endomarketing (marketing voltado para ações internas), pode fazer com que o amazonense sinta o desejo de estar num hotel no final de semana, em Manaus, com voos com preços acessíveis e serviços de qualidade.

Ao citar ter conseguido, na administração da Amazonastur, dotar 16 municípios com voos regulares da empresa Azul, oito municípios como destinos turísticos e inserir municípios no calendário brasileiro de turismo e internacional, Oreni destaca entre esses, Parintins, como indutor da cultura brasileira, pois os bumbás Caprichoso e Garantido ganharam o Brasil e países da Europa e América e África.

Foto: Divulgação

Ao deixar a Amazonastur, contabilizou mais de 800 guias de turismo treinados, a maioria falando várias línguas, assim como 80 policiais turísticos, falando inglês, francês, mandarim e japonês, especialistas em receber grupos internacionais. Para isso, cita as obras na segunda etapa do Centro de Convenções Vasco Vasques, cujo dinheiro, R$ 40 milhões, estava captado e precisava ser usado visando dotar o local com condições de atrair grandes eventos internacionais.

Ao finalizar, Oreni Braga destaca a posição geográfica estratégica de Manaus para tentar retomar, a longo prazo, os voos internacionais para a cidade e assim, trazer de volta o turista.

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