Aumento dos casos de covid-19 leva órgãos de controle a recomendar fechamento das atividades econômicas

Apenas na terça-feira, Amazonas registrou 1.447 novos casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus e mais 26 novas mortes pela doença, elevando o número de vítimas fatais para 5.232

O governador Wilson Lima recebeu para uma reunião, no final da noite desta terça-feira (29/12), representantes de órgãos de controle do estado. Eles vieram fazer a entrega de documento recomendando o fechamento das atividades econômicas no Estado devido ao aumento de casos de Covid-19.

A entrega do documento ao governador ocorreu logo após a divulgação do último boletim epidemiológico da Covi-19, elaborado pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) que trouxe além do registro, nas últimas 24 horas, de 1.447 novos casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus, e a confirmação de que 26 pessoas morreram em consequência da doença, no mesmo período.

O documento entregue ao governador – elaborado em conjunto pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público do Estado (MPE), Defensoria Pública da União (DPU) e Defensoria Pública do Estado (DPE) – foi encaminhado ainda na manhã desta quarta-feira (30/12) para avaliação do Comitê do Governo do Estado de Enfrentamento à Covid-19.

“Nós vamos avaliar todas as recomendações que foram feitas para entender que caminhos a gente pode seguir, levando em consideração que precisamos garantir a assistência, ampliar a nossa rede, o que nós estamos fazendo, e encontrar um equilíbrio entre as atividades econômicas”, informou o governador, mas admitiu que não há outro caminho para conter o avanço da pandemia, senão evitar aglomerações. “Vamos estudar nas próximas horas que medidas vamos tomar para poder conter o aumento que nós estamos tendo de Covid-19 no estado”, afirmou governador.

Durante o encontro com Wilson Lima, a procuradora de Justiça Silvana Nobre Cabral enfatizou que a recomendação de fechamento das atividades econômicas foi feita com base na análise do cenário epidemiológico da Covid-19 no Amazonas. “Os órgãos de controle observaram a necessitada, a partir da mudança de realidade que se deu até o dia 29, que a rede está passando por um sufocamento e a única medida mais efetiva para fazer esse controle é a restrição social ser implementada de uma forma mais abrangente”, afirmou.

O procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Jorsinei Dourado do Nascimento defendeu que o governo do Estado precisa aumentar as medidas de restrições junto à população e pontuou que todas as recomendações foram feitas com base nas informações e dados fornecidos pelo próprio governo estadual.

“A intenção é realmente deixar mais claro e chamar atenção, no bom sentido, para que o estado possa revisar os seus atos e tentar conciliar os interesses, porque existe o problema da saúde e o do fechamento das atividades econômicas, então é possível buscar uma conciliação, mas colocando em primeiro lugar a questão da saúde pública, as questões sanitárias”, argumentou.

Números de terça-feira

O boletim diário da Covid-19 de terça-feira (29/12), trouxe o registro de 1.447 novos casos de Covid-19, totalizando 198.201 casos da doença no estado, além da confirmação de 26 mortes provocadas pelo agravamento da doença, sendo que 11 ocorreram na terça e outros 15 ocorridos na segunda, mas com diagnósticos confirmados no dia seguinte. Com esses casos, o estado chegou a 5.232 vítimas fatais durante a pandemia.  Do total de casos confirmados no Amazonas, 80.420 são de Manaus (40,57%) e 117.781 do interior do estado (59,43%).

O boletim traz ainda a informação de que 23.948 pessoas com diagnóstico de Covid-19 estão sendo acompanhadas pelas secretarias municipais de saúde, o que corresponde a 12,08% dos casos confirmados ativos.

Rede de assistência

Entre os casos confirmados de Covid-19 no Amazonas, há 718 pacientes internados, sendo 450 em leitos (146 na rede privada e 304 na rede pública), 254 em UTI (93 na rede privada e 161 na rede pública) e 14 em sala vermelha, estrutura voltada à assistência temporária para estabilização de pacientes críticos/graves para posterior encaminhamento a outros pontos da rede de atenção à saúde.

Há ainda outros 246 pacientes internados considerados suspeitos e que aguardam a confirmação do diagnóstico. Desses, 171 estão em leitos clínicos (95 na rede privada e 76 na rede pública), 50 estão em UTI (39 na rede privada e 11 na rede pública) e 25 em sala vermelha.