SEGURANÇA

PC-AM e Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres promovem palestra sobre psicologia forense

A palestra visou mostrar aos profissionais o entendimento de que o momento em que se encontram pode trazer efeitos para eles, bem como ajudar na maneira como eles se refletem na prática profissional

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres (SNPM), do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), realizou, na manhã desta segunda-feira (30/08), a palestra on-line “Psicologia Forense”, destinada aos servidores da Segurança Pública que atuam na rede de enfrentamento à violência contra a mulher no Estado.

O evento ocorreu no Auditório José Elcy Braga, localizado no Instituto de Identificação Anderson Conceição de Melo, ao lado da Delegacia Geral, na avenida Pedro Teixeira, bairro Dom Pedro, zona centro-oeste.

O evento faz parte do projeto-piloto Cuidando de Quem Cuida, realizado em parceria com a SNPM e o Instituto Avon. O Amazonas foi o estado escolhido para receber a ação, que visa o trabalho com o autocuidado e a valorização daqueles que lidam com vítimas da violência.

No Estado, a rede de enfrentamento conta com as Delegacias Especializadas em Crimes Contra a Mulher (DECCMs), com a Secretaria Executiva de Política para Mulheres (SEPM), da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) e com o Projeto Ronda Maria da Penha, da Polícia Militar do Amazonas (PMAM).

A ministra do MMFDH, Damares Alves, que esteve presente de forma virtual, ressaltou que a palestra, além de amparar os profissionais que enfrentam constantemente a violência contra à mulher, também é uma forma de agradecer por esse trabalho.

“Nosso ministério busca garantir que o profissional de Segurança Pública, antes de ser esse profissional, seja visto como ser humano, um ser com direitos e necessidade, e que possam lidar com a pressão constante de uma forma mais leve”, relatou a ministra.

A delegada Debora Mafra, titular da DECCM centro-sul, agradeceu a presença de todos e aqueles que sempre apoiam as campanhas e eventos das Delegacias da Mulher, a fim de levar um acolhimento cada vez maior para elas.

“É preciso lidar com essas situações de forma sensível e forte, como temos feito esses anos, tanto com a parte de segurança da mulher com a Ronda Maria da Penha, quanto com a assistência social e psicológica delas, como tem acontecido por meio do Sapem (Serviço de Apoio Emergencial à Mulher), da Sejusc. Gostaria de agradecer também as DECCMs das zonas oeste/sul e norte/leste, que tem realizado um trabalho excelente nas outras zonas da cidade, bem como os escrivães, investigadores, profissionais da imprensa e outros profissionais que nos ajudam nesse combate”, ressaltou a delegada.

A capitã Franciane Oliveira, responsável pela Ronda Maria da Penha, e a secretária executiva de Políticas para as Mulheres da Sejusc, Maricília Costa, também agradeceram o apoio e parceria de todos no enfrentamento e cuidado dessas vítimas, tanto no sentido social e psicológico quanto no sentido de assegurar a dignidade dessas pessoas.

Estiveram ainda presentes, de forma virtual, a secretária Cristiane Brito, da SNPM, e a coordenadora de parcerias do Instituto Avon, Renata Rodovalho, que enfatizaram a dedicação dos profissionais nessa luta, e lembraram que o exercício profissional, ainda mais no cenário pandêmico que vivenciam, muitas vezes leva ao esgotamento físico e mental.

Sob tensão 

Conforme a psicóloga palestrante Arielle Sagrillo Scarpati, os profissionais que atuam no enfrentamento à violência contra a mulher, vivenciam junto às vítimas cenários estressantes, que podem afetar o exercício da profissão e até a vida particular, como: exposição à doenças, perigos no local de trabalho e/ou de moradia, possíveis perdas dos meios de subsistência, bem como a exposição ao sofrimento de conhecidos e desconhecidos.

“Nós estamos sempre preocupados em cuidar e estar disponíveis para o outro, mas antes disso, é necessário estarmos disponíveis para nós mesmos. E sabemos que a experiência vivida por profissionais de segurança e dos serviços de apoio à mulher durante a pandemia de Covid-19, deixou profundas marcas e muitos adoeceram devido a isso”, enfatizou Scarpati.

A palestra visou mostrar aos profissionais o entendimento de que o momento em que se encontram pode trazer efeitos para eles, bem como ajudar na maneira como eles se refletem na prática profissional.

Fotos: Erlon Rodrigues/PC-AM

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