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Diante da cheia histórica do rio Negro, David Almeida reforça ações preventivas e ampliadas da Defesa Civil em Manaus

Com o nível do rio ultrapassando a cota de alerta, Prefeitura de Manaus mobiliza recursos, monitora áreas de risco e intensifica o suporte às famílias mais vulneráveis

O avanço silencioso das águas do rio Negro acende mais uma vez o sinal de alerta em Manaus. Com a cheia se aproximando da cota histórica, o prefeito David Almeida anunciou, nesta semana, o reforço das medidas preventivas e de contenção em áreas vulneráveis, coordenadas pela Defesa Civil Municipal. A resposta do município se antecipa ao impacto ambiental, social e econômico que acompanha esse fenômeno recorrente e desafiador na capital amazonense.

“A cheia é um fenômeno cíclico, mas os seus efeitos mudam a cada ano. Nosso papel é proteger a população com agilidade, eficiência e presença constante nas áreas de risco”, afirmou o prefeito, ao visitar uma das comunidades ribeirinhas monitoradas pela equipe técnica da prefeitura.

O cenário atual já preocupa: o nível do rio Negro ultrapassou a cota de alerta (27,50 metros) e continua subindo. A Defesa Civil tem intensificado o mapeamento de áreas suscetíveis a alagamentos e deslizamentos, além da instalação de estruturas emergenciais como passarelas, contenções e pontos de abrigo. Ao mesmo tempo, a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semasc) articula o atendimento às famílias já afetadas, com distribuição de cestas básicas, kits de higiene e apoio psicossocial.

Além das medidas estruturais, a prefeitura aposta em tecnologia e dados como aliados na tomada de decisões. O monitoramento hidrometeorológico em tempo real permite antecipar cenários e acionar equipes com maior rapidez. A cooperação com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e órgãos estaduais garante a leitura constante dos níveis do rio e o acompanhamento das bacias que alimentam a região.

A experiência acumulada nos últimos anos, em especial durante a cheia histórica de 2021, moldou um protocolo de resposta mais integrado, envolvendo diferentes secretarias e priorizando a comunicação direta com as comunidades. “Não se trata apenas de infraestrutura, mas de garantir dignidade e resiliência às pessoas que mais sentem os impactos das águas”, destaca o secretário da Defesa Civil, tenente William Dias.

Em números, mais de 20 mil famílias vivem em áreas consideradas de risco na capital. A prefeitura atua em bairros como Educandos, São Raimundo, Colônia Antônio Aleixo e Mauazinho, com atenção redobrada neste período. A previsão, segundo os órgãos ambientais, é de que a cheia atinja o pico nas próximas semanas, podendo se prolongar até agosto.

A cheia do rio Negro, além de sua força natural, evidencia as fragilidades urbanas que ainda persistem em Manaus: ocupações irregulares, infraestrutura deficiente e a ausência de políticas habitacionais sustentáveis. A resposta do poder público, embora emergencial, também carrega o peso de uma agenda que precisa ir além da estação das águas — com investimentos estruturantes, educação ambiental e gestão urbana com foco na prevenção.

Por ora, o município segue em estado de atenção. Mas o alerta vai além do nível do rio: aponta para a urgência de encarar os efeitos da mudança climática, da ocupação desordenada e da desigualdade que afeta milhares de manauaras, ano após ano.

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