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Analfabetismo diminui no Amazonas, mas persistem desigualdades de gênero, cor e raça

Dados da PNAD Contínua 2019 apontam uma redução de 1,5% na taxa de analfabetismo no Amazonas, nos últimos quatro anos. Estado ocupa a 11ª posição entre as 27 unidades da federação

Os resultados do módulo de Educação da Pesquisa Anual por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (15/7), revelam que houve melhora em praticamente todos os indicadores educacionais no Amazonas, entre 2016 e 2019. A taxa de analfabetismo, foi de 6,9%, em 2016, para 5,4%, em 2019, queda 1,5%, neste indicador.

Entretanto, persistem as desigualdades regionais, de gênero e de cor e raça: mulheres permaneciam mais escolarizadas do que os homens, exceto no recorte sobre o analfabetismo de pessoas acima dos 60 anos; e pessoas brancas tiveram indicadores educacionais melhores que os das pessoas pretas ou pardas.

De acordo com os indicadores, havia no Amazonas, em 2019, 158 mil pessoas, com idade a partir de 15 anos ou mais de idade, analfabetas, o equivalente a uma taxa de analfabetismo de 5,4%, taxa menor do que a média nacional (6,6%). Em 2019, 2,8% das pessoas de 15 anos ou mais de cor branca eram analfabetas, percentual que se eleva para 5,9% entre pessoas de cor preta ou parda, uma diferença de 3,1%. Entre aqueles que não completaram a educação básica no Amazonas, 5,7% não possuíam instrução, 29,7% tinham o ensino fundamental incompleto, 6,1% tinham o ensino fundamental completo e 4,4%, o ensino médio incompleto.

Outro indicador da educação do Amazonas, diz respeito a conclusão da educação básica obrigatória. De 2016 para 2019, passou de 48,6% para 54,1% entre a população de 25 anos ou mais. A média nacional era de 48,8%. E, considerando cor ou raça, assim como na média nacional, era maior entre brancos (70,4%) do que pretos ou pardos (50,9%).

Se o acesso à escola tem melhorado, permanecem os problemas do atraso escolar e da evasão, mais característicos do ensino médio (15 a 17 anos), onde foi registrada, em 2019, taxa de frequência líquida de 65,1%, ou seja, 34,9% dos alunos estavam atrasados ou tinham deixado a escola, no Amazonas. A taxa de frequência líquida nessa faixa era menor para pretos ou pardos (63,6%) do que para brancos (75,7%). Esse indicador era menor para homens (60,8%) do que mulheres (70,2%).

Analfabetismo é mais de três vezes maior entre os idosos. Em 2019, 18,3% das pessoas com 60 anos ou mais de idade, o que corresponde a 71 mil pessoas analfabetas. Ao incluir gradualmente, os grupos etários mais novos, observa-se queda no analfabetismo: para 10,4%, considerando pessoas com 40 anos ou mais, para 7,1%, considerando aquelas com 25 anos ou mais e 5,4%, levando em conta a população com 15 anos ou mais.

Na Região Metropolitana de Manaus, em 2019, a pesquisa revela percentuais mais baixos de analfabetismo. Os dados indicam que 9,3% das pessoas com 60 anos ou mais de idade e 2,5% das pessoas com 15 anos ou mais eram analfabetas.

Estes resultados indicam que as gerações mais novas estão tendo maior acesso à educação e sendo alfabetizadas ainda enquanto crianças. Além disso, a tendência é de queda na taxa de analfabetismo. De 2016 para 2019, houve queda de 4% no analfabetismo entre os idosos; e queda de 1,5% no analfabetismo entre os jovens de 15 anos ou mais, no Estado. Na Região Metropolitana de Manaus, em relação a 2016, houve queda de 3,2% no analfabetismo entre os idosos, e queda de 1,1%, no analfabetismo entre os jovens de 15 anos ou mais. 

Analfabetismo alcança 9,2% dos idosos brancos e 20,0% dos pretos ou pardos. Também de acordo com a pesquisa, em 2019, 2,8% das pessoas de 15 anos ou mais de cor branca eram analfabetas, percentual que se eleva para 5,9% entre pessoas de cor preta ou parda, ou seja, a taxa de analfabetismo entre os pretos e pardos desse grupo de idade é 3,1% mais alto em comparação à taxa dos brancos.

Considerando a taxa de analfabetismo por sexo, a pesquisa revela pequena variação entre homens e mulheres. Levando em conta a faixa etária de 15 anos ou mais, no entanto, a diferença entre homens e mulheres chega a 0,9% a mais de analfabetismo entre os homens, que representam 5,9%, enquanto as mulheres somam 5,0%, na taxa do analfabetismo, no Amazonas. Na Região Metropolitana de Manaus, a taxa de homens analfabetos (15 anos ou mais) é 2,8%, e a taxa das mulheres, 2,3%, ou seja, meio por cento mais alta entre os homens.

No recorte da faixa etária de 60 anos ou mais, nota-se que a taxa de analfabetismo das mulheres é ligeiramente maior em relação à taxa dos homens, alcançando 18,5% e 18,2%, respectivamente. Na Região Metropolitana de Manaus, a taxa de homens analfabetos (60 anos ou mais) é 9,2%, e a taxa das mulheres, 9,4%. Em comparação com 2016, todas essas taxas do Amazonas e da Região Metropolitana de Manaus que possui a 6ª melhor taxa do país, entre as Regiões Metropolitanas; vêm diminuindo, especialmente as taxas de analfabetismo das mulheres de 60 anos ou mais.

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