DESTAQUEECONOMIA

Comércio de Manaus aposta no amor para aquecer vendas no Dia dos Namorados

Empresários projetam faturamento de R$ 63 milhões com a data, impulsionados pela alta intenção de compras e criatividade dos apaixonados

O comércio manauara está de coração aberto – e de olhos bem atentos – para o Dia dos Namorados. Tradicionalmente uma das datas mais fortes do calendário do varejo, o 12 de junho promete movimentar R$ 63 milhões na economia local, segundo estimativa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL). O otimismo tem razão de ser: cerca de 9 em cada 10 consumidores pretendem comprar presentes este ano, segundo levantamentos da Fecomércio-AM e da própria CDL.

A aposta do comércio está nas emoções. Mesmo com um cenário macroeconômico ainda desafiador – inflação controlada, mas crédito caro e renda apertada – os casais estão dispostos a não deixar a data passar em branco. O tíquete médio por presente deve girar em torno de R$ 150, valor superior ao registrado no ano passado, o que acende o alerta positivo para lojistas dos setores de vestuário, perfumaria, calçados e serviços.

“Estamos investindo em kits criativos e promoções nas redes sociais. O consumidor amazonense é carinhoso, gosta de agradar, mas também é pé no chão. É o presente com afeto, sem exageros no valor”, explica Camila Moura, gerente de uma loja de cosméticos no centro da cidade.

Restaurantes no radar do amor

Outro setor que já comemora o aquecimento é o gastronômico. Restaurantes, bistrôs e casas de eventos relatam aumento nas reservas desde o final de maio. A busca por experiências ao invés de produtos físicos tem crescido em Manaus, alinhando-se à tendência nacional.

“Mesmo sendo uma quarta-feira, já estamos com mais de 80% das mesas reservadas para a noite do Dia dos Namorados. O jantar a dois é uma escolha afetiva e prática”, afirma João Felipe Andrade, chef e proprietário de um restaurante romântico na Zona Centro-Sul.

Amor no centro e nas redes

Os dados também mostram que os shoppings continuam liderando como espaço de compra, seguidos pelo comércio do centro e, cada vez mais, pelo ambiente digital. Cerca de 17% dos entrevistados pretendem realizar suas compras pelas redes sociais ou sites.

As formas de pagamento refletem o comportamento cauteloso: 66% dos consumidores devem pagar à vista, principalmente via PIX, dinheiro ou débito. O parcelamento ainda aparece, mas em menor escala.

Data afetiva, efeito econômico

Para a economista Izabela Freitas, o Dia dos Namorados tem um efeito simbólico importante na economia local: “Ele movimenta o pequeno negócio, ativa o comércio de bairro e reaquece setores que vinham patinando. Além disso, é uma data que mobiliza as emoções, e isso tem peso no consumo”.

Em tempos em que o amor é também resistência, o comércio aposta na leveza dos gestos simples para recuperar fôlego e ampliar o faturamento. E os apaixonados, como sempre, fazem sua parte.

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