DESTAQUEMEIO AMBIENTE

Amazônia pode perder 3 milhões de hectares de floresta até 2025, aponta estudo do Imazon

Falta de rastreamento do gado e aumento da exposição de frigoríficos ao desmatamento ameaçam intensificar a destruição do bioma

A pecuária na Amazônia pode ser responsável pela destruição de 3 milhões de hectares de floresta até 2025, caso não sejam adotadas medidas eficazes de rastreamento e fiscalização dos rebanhos. Essa área equivale ao território da Bélgica e representa uma ameaça significativa ao bioma amazônico.

O estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) analisou as zonas de compra de frigoríficos ativos na região, identificando que a exposição dessas empresas ao desmatamento aumentou 108% entre 2016 e 2022, passando de 6,8 milhões para 14,2 milhões de hectares. Desse total, 8,7 milhões de hectares já foram desmatados, 2,3 milhões estão embargados por irregularidades, e 3,2 milhões de hectares de floresta permanecem sob risco iminente de derrubada.

A pesquisadora do Imazon, Ritaumaria Pereira, destaca que não há necessidade de novos desmatamentos para aumentar a produção de carne na Amazônia. “Já temos literatura científica e projetos de campo suficientes para mostrar que não precisamos mais desmatar nenhum hectare na Amazônia para aumentar a produção de carne. O que precisamos é melhorar a produtividade, que pode passar de um a pelo menos três bois por hectare com as tecnologias e as ofertas de crédito existentes”, defende.

O estudo também aponta que a falta de rastreabilidade completa dos rebanhos desde o nascimento facilita a entrada de gado proveniente de áreas ilegais na cadeia produtiva. A ausência de transparência nos dados de transporte dos bovinos e das fazendas de origem dificulta a fiscalização e permite que infratores continuem operando sem punições adequadas.

Para reverter esse cenário, o Imazon recomenda a implementação de políticas públicas que exijam o rastreamento individual do gado, desde o nascimento até o abate, além de maior transparência nos dados relacionados à cadeia produtiva. A organização também enfatiza a necessidade de intensificar a fiscalização e a punição de infratores para conter o avanço do desmatamento ilegal associado à pecuária na Amazônia.

Fontes: Imazon

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